Os brasileiros estão optando por outras modalidades de compra para adquirir um bem de alto valor, como casa, carro ou até serviços, sem recorrer aos juros elevados do financiamento. Segundo a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), em 2025 foram contabilizados 2,45 milhões de consórcios de imóveis, um crescimento de 31% comparado com 2024. Mas, antes de assinar o contrato, é preciso planejamento para garantir que o investimento realmente caiba no bolso.

Cléber Gomes, CEO e sócio- fundador da Maestria, empresa especializada em consórcio e produtos financeiros, explica que o crescimento está ligado à busca por alternativas ao crédito tradicional, especialmente em períodos de instabilidade econômica. 

“Ao ser contemplado, a carta de crédito permite a compra de casas, apartamentos, terrenos ou até construção e reforma, conforme as regras da administradora. Mas vale lembrar que o consórcio não é solução imediata, mas sim um planejamento de médio a longo prazo”, diz.

Um dos primeiros passos antes de fechar um contrato é avaliar a capacidade financeira mensal. A carta de crédito escolhida precisa estar alinhada ao orçamento, considerando não apenas a parcela, mas também taxas de administração e fundo de reserva, que podem influenciar no valor final. 

Outro ponto importante é analisar o prazo do grupo. Quanto maior o prazo, menores costumam ser as parcelas, mas o tempo até a contemplação pode se estender. Há também a possibilidade de ofertar lances, que aumentam as chances de antecipar a carta de crédito, algo que deve ser calculado previamente para não comprometer a saúde financeira.

“O consórcio funciona como uma poupança programada. É preciso disciplina para manter os pagamentos em dia e ter uma boa organização financeira, até mesmo para dar lances e antecipar essa contemplação. Inclusive, é possível usar o FGTS nesse processo”, explica Cleber.

Além disso, é fundamental escolher uma administradora autorizada e fiscalizada pelo Banco Central, o que garante mais segurança jurídica ao contrato. A leitura atenta das cláusulas, especialmente as que tratam de desistência e inadimplência, ajuda a evitar surpresas.

“Evite imprevistos ao longo do caminho e em caso de dúvidas contratuais, busque orientação com um consultor financeiro ou advogado”, alerta o especialista. 

O consórcio imobiliário pode ser uma excelente estratégia de aquisição para quem se prepara para ele, tem disciplina financeira e paciência. Mais acessível que o financiamento, ele exige planejamento e entendimento das regras para evitar frustrações.

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