Quando um bebê nasce antes das 37 semanas de gestação, o parto é considerado prematuro. Normalmente, a prematuridade é associada a riscos para o recém-nascido — como dificuldades respiratórias ou de ganho de peso. O que muitas pessoas não sabem é que esse tipo de parto também pode trazer sérias complicações para a mãe.
 

“A prematuridade em si não provoca diretamente sangramento excessivo, mas está frequentemente ligada a condições que elevam esse risco”, explica o Dr. Sérgio Teixeira, diretor médico da Ferring do Brasil.

Como se dá essa relação?
 

Especialistas apontam que gestações prematuras apresentam maior probabilidade de complicações quando acompanhadas de:

  • Distúrbios hipertensivos — podem levar a parto prematuro induzido e estão associados a maior risco de coagulopatia e hemorragia pós-parto.
  • Infecções maternas, como corioamnionite — infecções intrauterinas desencadeiam parto prematuro e estão associadas à disfunção da contratilidade uterina no pós-parto;
  • Atonia uterina — quando o útero não se contrai adequadamente após o parto, favorecendo a hemorragia;
  • Cesáreas de emergência — comuns em partos prematuros e associadas a maior risco de complicações hemorrágicas em comparação ao parto vaginal.

A hemorragia pós-parto é uma das principais causas de mortalidade materna no Brasil. Para enfrentar esse desafio, estados têm implementado diretrizes específicas de prevenção e manejo. Minas Gerais, por exemplo, adotou a “Diretriz Estadual de Hemorragia Pós-Parto”, desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde e outras instituições.


Além disso, campanhas nacionais como o Novembro Roxo, promovido pelo Ministério da Saúde, alertam para a importância do pré-natal de qualidade e de medidas integradas de atenção materna e neonatal, visando prevenir tanto a prematuridade quanto suas complicações.

O que pode ser feito para reduzir os riscos?

De acordo com o Dr. Teixeira, “o reconhecimento precoce dos fatores de risco e o preparo das equipes de saúde são fundamentais para proteger a vida da mãe e do bebê”.

Entre as práticas recomendadas estão:

  • Pré-natal rigoroso, com detecção e tratamento de infecções, controle da hipertensão, diabetes gestacional e outras condições que possam induzir a prematuridade;
  • Planejamento para o parto, definindo a real necessidade de cesarianas e assegurando suporte hospitalar adequado em situações de emergência obstétrica;
  • Protocolos claros de hemorragia pós-parto, com equipes treinadas para identificação rápida, uso de uterotônicos como a ocitocina e disponibilidade de reposição de sangue quando necessário.

A prematuridade, portanto, exige atenção redobrada não apenas pelos riscos ao recém-nascido, mas também pelas possíveis implicações para a saúde materna. A compreensão dessas relações é essencial para orientar práticas de cuidado mais eficazes durante o pré-natal e o parto.

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