Uma série de infecções que acometem o aparelho reprodutor masculino e feminino pode evoluir para quadros clínicos mais graves, em que a capacidade reprodutiva acaba comprometida. São muitas as chamadas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), que juntas alcançam em torno de 1 milhão de casos diagnosticados, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em parceria com o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Muitas infecções têm evolução silenciosa, sem sinais e sintomas nas fases iniciais. Mesmo assintomáticas, elas podem ser transmitidas em relações desprotegidas, sem uso de preservativos masculino ou feminino. “Caso a pessoa tenha uma relação desprotegida, ela deve avaliar com seu médico a necessidade de exames para a detecção precoce de ISTs. Quanto antes o tratamento, melhor a chance de não comprometer a fertilidade”, explica a Dra. Maria do Carmo Borges de Souza, ginecologista com área de atuação em reprodução humana.

As infecções por clamídia estão entre as IST mais comuns em todo o mundo. Causada pelo germe Chlamydia trachomatis, ela pode afetar homens e mulheres. Quando não tratada, pode resultar nas mulheres em Doença Inflamatória Pélvica (DIP) e levar à infertilidade, devido à obstrução ou aderências nas trompas, e até aumentar o risco de gestação ectópica (gravidez fora do útero).

Nos homens, pode provocar orquite, que é a inflamação dos testículos, também com risco de interferir na produção de espermatozoides. Entre os principais sintomas estão a ardência ao urinar, corrimento uretral com a presença de pus e dor nos testículos[iv].

Outra IST comum é a gonorreia, causada pela bactéria Neisseria Gonorrheae. Assintomática em 80% dos casos, ela acomete principalmente a uretra. Nos homens, a gonorreia atinge o testículo e o epidídimo (estrutura responsável pelo armazenamento dos espermatozoides), enquanto nas mulheres pode chegar ao útero, às tubas uterinas e aos ovários, se tornando fator de risco para infertilidade.

Dor ou ardor ao urinar, incontinência urinária, corrimento braco-amarelo e vontade frequente de urinar são os sintomas mais frequentes. “O tratamento para clamídia e gonorreia é realizado com antibióticos”, destaca a ginecologista. Quando administrados corretamente, é possível erradicar a bactéria por completo do organismo.

Além das ISTs citadas, outras enfermidades podem apresentar feridas, corrimentos e verrugas anogenitais. São elas: herpes genital, sífilis, tricomoníase e infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). O uso de preservativos nas relações sexuais é o método mais eficaz para evitar o contágio de infecções, preservando a saúde e a fertilidade.

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