A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino, trouxe ao centro do debate público a importância da prevenção do câncer colorretal. Segundo familiares, ela enfrentou um longo e doloroso processo de tratamento durante dois anos, marcado por sofrimento físico e emocional.
Enquanto os fãs lamentam sua partida, especialistas enfatizam que muitas vezes hábitos alimentares podem aumentar o risco da doença e que a prevenção por meio de escolhas saudáveis pode ser leve, prática e nada restritiva. Para Bruna Makluf, nutricionista, uma alimentação equilibrada não precisa ser sinônimo de monotonia nem sacrifício.
Evidências científicas: como a dieta influencia o risco de câncer colorretal
Uma meta-análise recente da Universidade de Washington, publicada na Nature Medicine, reuniu 77 estudos e concluiu que ingerir apenas 50 g de carne processada por dia aumenta em aproximadamente 7% o risco de câncer colorretal. Já um outro estudo publicado na revista Gut, um importante periódico internacional em gastroenterologia e hepatologia, revelou uma ligação surpreendente entre a dieta ocidental (rica em carnes vermelhas e processadas, açúcares, óleos inflamatórios e ultraprocessados) e o aumento de risco para câncer colorretal e outras doenças metabólicas.
Em contrapartida, dietas baseadas em frutas, vegetais, fibras, grãos integrais e laticínios com cálcio demonstraram efeito protetor. Um estudo publicado na revista Nature Communications, realizado com mais de 540 mil mulheres no Reino Unido mostrou que o consumo diário de cerca de 300 mg de cálcio (equivalente a um copo de leite) está relacionado a uma redução de 17% no riscoda doença.
Alimentação saudável como prevenção do câncer colorretal
De acordo com Bruna, é possível incluir sabor, variedade e praticidade mantendo os ingredientes certos no prato. “Reduzir carnes vermelhas, álcool e açúcar, além de evitar ultraprocessados, assegurar boas fontes de fibras e incluir cálcio e frutas na dieta já é um caminho leve e eficaz para prevenir a doença”, diz.
Ela explica como esse processo pode ser feito:
- Reduzir carnes processadas (embutidos, salsichas, salames), ultraprocessados, açúcar refinado, bebidas adoçadas e excesso de álcool.
- Aumentar fibras (legumes, hortaliças, frutas, grãos integrais), cálcio (leite, iogurte, versões vegetais fortificadas), proteínas magras (peixe, frango, tofu, leguminosas), frutas frescas e vegetais coloridos.
- Adotar padrões mediterrâneos, dietas tipo DASH ou vegetarianas/plant-based, que são associadas a menor risco de câncer colorretal
- Manter outros hábitos importantes: prática regular de atividade física, controle do peso corporal e realização de exames preventivos — como colonoscopia a partir dos 45 anos, conforme recomendações atualizadas
Bruna complementa que o foco não deve ser a restrição extrema, mas sim a substituição consciente. “Incluir mais legumes, grãos, frutas e proteínas magras com moderação pode trazer benefícios reais à saúde digestiva e reduzir significativamente os riscos sem que se perca o prazer de comer”, explica a nutricionista.
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