Franciele Cristina da Silva, de 35 anos, passou seis meses com um pedaço de pano dentro do ânus após fazer uma cesárea no Centro de Referência da Saúde da Mulher de Ribeirão Preto (Mater). As informações são do G1.

Segundo o operador de máquinas Fabiano Moreira da Cruz, o parto ocorreu bem e até janeiro deste ano não havia nada de incomum. No entanto, a esposa começou a sentir dores. “Ela se recuperou bem da cesárea, não estava sentindo nada. De uns dois meses para cá ela começou a sentir febre e dores. Ela procurou a maternidade, não fizeram nenhum exame, mas as dores estavam fracas, ela tomava dipirona e passava”, comentou o marido.

A dona de casa descobriu o fato somente na madrugada da última sexta-feira (11) após ir ao banheiro sentindo febre e fortes dores abdominais. 

Ela conta que uma parte do pano começou a sair enquanto a dona de casa fazia as necessidades. Franciele e Fabiano foram à maternidade por volta das 13h. Ela foi submetida a uma cirurgia no sábado (12) no Hospital das Clínicas e se recupera em casa.

Segundo o marido, após identificarem que um pedaço do pano estava para fora de Franciele, uma médica da Mater tentou puxar manualmente o pano, mas não conseguiu. As equipes, então, decidiram transferir a paciente para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

“E demoraram para transferir. Das 13h e pouco só foram transferir pela noite. Alegaram que não tinha ambulância. Mesmo ela medicada, ela sentia dor. Fora que todo esse tempo ela precisou ficar em jejum”, disse.

Foto: Divulgação Arquivo Pessoal

No Hospital das Clínicas, Franciele foi submetida a uma tomografia de abdômen e pelve, onde foram constatados sinais de extensa inflamação no reto, de acordo com o prontuário médico. No sábado, a paciente passou por um procedimento cirúrgico para retirada do pano.

A dona de casa recebeu alta no mesmo dia e faz a recuperação em casa. Uma nova consulta foi marcada para o final de março para acompanhamento do caso. Um boletim de ocorrência foi registrado sobre o caso na terça-feira (15) e uma investigação da Polícia Civil vai ser aberta.

Em nota, a Mater se solidarizou com a paciente e se colocou à disposição dos familiares para esclarecimentos. Também informou que abriu sindicância para apurar todos os detalhes da assistência prestada à paciente e tomará as providências cabíveis se forem constatadas falhas.

A unidade ainda disse que a paciente foi prontamente acolhida por equipe multidisciplinar e segue recebendo todos os cuidados e recursos adequados ao quadro clínico.

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