O outono é meu. Ouço a canção que me traz de volta coisas gratas ao meu coração. Canções são ferramentas do tempo para não nos permitir parar de sonhar.

Ativam a memória, algumas vezes enevoada com os acontecimentos do agora.
Sou romântica por natureza, por DNA, por signo, por vocação, sei lá…
Como se explicar exatamente porque somos como somos?

Em meio a tantas incertezas dessa minha natureza, uma coisa eu sei:
Fico impossível, irascível, sensível e outros “iveis” mas o outono é meu!
Achei que com os anos, esse sentimento, esse “mood” passasse, mas, qual o quê. Piorou muito e, irremediavelmente, fiquei incurável nesta minha mania de sonhar e acreditar que a vida é bela, que o mundo me deu muito, e que no amor idade não conta nada, nadica! E não temos de dar conta a ninguém.

Vêm os filhos e se vão. Vêm os netos, os filhos voltam e tudo isso tem um sentido, uma sintonia, uma sincronicidade, e, é uma maravilha.

O amor mora dentro da gente e, não há jeito, que dê jeito, neste meu jeito menina de ser.
Sinto-me rainha, mesmo não tendo rei;
Sinto-me amada, mesmo sem ter uma amor especial;
Sinto-me rica, sem ter qualquer tesouro;
Sinto-me bela sem o ser,
E, sinto-me jovem, mesmo não o sendo mais…

Outonando com arte, com ousadia, com alegria.
Sou diferente no outono-tempo, talvez por isso, seja tão diferente. No outono da vida também.
Respiro arte, respiro amor, respiro vida.
Respiro um ar gostoso, e, meio frio que vem pela sacada de meu apartamento…

Adoro esta brisa de outono que arrepia a pele ainda queimada do verão que deu mais um adeus.
Enfim, convido você, a amar a vida como eu.
É uma questão de treinamento, de aperfeiçoamento de querer ser, e, ter a ousadia de viver intensamente.

Não é auto ajuda, não é maluquice, muito menos caduquice, não é imposição.
Mas, por favor, tente! Reinvente! Sinta! Consinta!

É só um pedido amigo, meio bandido, porque implica em coragem de mudar, virar a mesa, extrapolar sem ligar a mínima para as convenções, que nada mais são que invenções de mansões.

Vai dar certo. Acredite! Depois me conte, vamos sorrir conjuntamente.
E, de repente, algo diferente pode pintar.

Ercília Pollice
Ercília Ferraz de Arruda Pollice reside em Campinas, é formada em Letras pela USC – Bauru, bacharel em Literatura Portuguesa. Escritora, conta com 10 livros publicados, entre eles livros infantis e juvenis, além de inúmeras crônicas e poemas. Integra a Academia Campineira de Letras e Artes e Academia Bauruense de Letras. Foi indicada para o Prêmio Jabuti pela autoria do livro infanto–juvenil “Só, de vez em quando” da Editora FTD. Ercília também é artista plástica catalogada no Cat. Júlio Lousada. Aquarelista, já realizou dezenas de exposições individuais e coletivas em diversos salões e galerias, inclusive em Paris. Alegre, de bem com a vida, adora relacionar-se. Sua preferência é escrever sobre relacionamentos em todas as áreas e níveis. Também tem uma queda por comentar fatos políticos e suas implicações, sempre com bom humor e alguma ironia. Poeta, fala só do amor. Quando escreve faz pinturas de palavras, sua arma maior. Quando pinta faz poemas de cores. Tem 3 filhos, escreveu vários livros e já plantou centenas de árvores. Agora, é desfrutar os bons momentos que a vida sempre oferece àqueles que tem olhos e ouvidos para ouvir e entender estrelas.
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