Produtos com corantes artificiais em sua composição estão cada vez mais presentes em nossa alimentação, muito mais do que imaginamos. Salgadinhos, refrigerantes, bolos e gelatinas são apenas alguns exemplos de alimentos nos quais podemos encontrar aditivos cuja função é modificar a cor, o sabor ou cheiro do alimento. E os corantes estão entre os três aditivos mais utilizados pela indústria de alimentos e bebidas. O problema começa quando esses elementos são de origem artificial.

Os corantes estão entre os três aditivos mais presentes nos alimentos industrializados e, recentemente, um alerta foi acendido pelo meio acadêmico para um corante artificial vermelho, o Allura Red AC (FD&C Red 40 ou E129). Essa substância já teve o uso banido em países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Suécia e Suíça, mas segue sendo utilizado no Brasil.

Riscos à saúde – Segundo comprovações publicadas na revista científica Nature Communications, o consumo frequente de alimentos que possuem este tipo de corante pode aumentar o risco do desenvolvimento de doenças inflamatórias no intestino.

Durante o estudo realizado pela equipe da Universidade McMaster, no Canadá, camundongos foram alimentados com altos níveis de Allura Red AC por um período de 12 semanas. O resultado foi a maior presença de inflamações e úlceras no trato digestivo dos roedores, incluindo colite ulcerativa, doença caracterizada por inflamação do intestino grosso e com manifestações extra intestinais. Os pesquisadores relacionaram o surgimento desses problemas ao enfraquecimento do sistema imunológico, causado pelo Allura Red, que modifica a composição microbiótica intestinal.

Estudos anteriores já conferiam a este corante sintético um histórico negativo devido a suspeitas de que o Allura Red também pode desencadear alergias, distúrbios imunológicos e problemas comportamentais em crianças, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Cenário no Brasil – De acordo com pesquisa realizada no Instituto de Nutrição da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), 80% dos alimentos industrializados nos supermercados possuem pelo menos um aditivo químico entre seus ingredientes. No estudo, os aditivos mais presentes nos alimentos analisados foram: aromatizantes (47,1%); conservantes (28,9%); corantes(27,8%); estabilizantes (27,6%); acidificantes (26,3%); emulsificantes (19,4%); e antioxidantes (16,1%).

Corantes naturais – Para evitar problemas e riscos à saúde, o melhor caminho é optar por alimentos com aditivos naturais e/ou ingredientes que colorem, como beterraba, cenoura entre outros. Hoje em dia, é possível observar no mercado um número crescente de alimentos e bebidas, em uma diversa gama de cores, que não causam perigos à saúde, por serem naturais.

Os corantes naturais são extraídos das mais diversas raízes, frutas, legumes e folhas. Um dos principais corantes vermelhos de origem natural é o urucum – fruta com sementes vermelhas extraída da árvore Bixa orellana, nativa do Brasil. Além de natural, é rico em cálcio, que contribui no fortalecimento dos ossos e evita doenças como a osteoporose. O urucum também é rico em carotenóides, ajudando a proteger a visão contra a degeneração macular, por exemplo.

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