Estima-se que quatro em cada dez brasileiras convivam com algum grau de incontinência urinária, segundo a Data8, empresa especializada em dados sobre o público 50+. Desde pequenas perdas durante o dia até as mais significativas, essa prevalência ocorre porque o problema está associado a uma combinação complexa de fatores fisiológicos e comportamentais.
A Dra. Lilian Fiorelli, uroginecologista, explica a necessidade de investigar a fundo caso a caso: “Antes de entendermos a causa, é necessário compreender que a perda involuntária de urina, mesmo que mínima, indica algum problema no funcionamento do trato urinário inferior. Nossa sociedade tem o costume cultural de pensar que, com a idade, é normal perder urina. Mas não, é essencial investigar a origem e buscar o tratamento adequado”, explica a especialista.
A condição pode acontecer pelos mais variados fatores, e exige a identificação precisa da causa para o sucesso do tratamento.
Segundo a Dra. Lilian, as razões mais comuns para o surgimento da incontinência incluem:
1. Fatores fisiológicos e ginecológicos:
- Gravidez e parto: a gestação e o parto normal podem desencadear a incontinência, pois o trauma e a pressão podem enfraquecer a musculatura do assoalho pélvico e os ligamentos de sustentação.
- Menopausa e envelhecimento: o declínio nos níveis de estrogênio após a menopausa compromete o colágeno e a saúde da uretra, resultando no enfraquecimento muscular e na perda de suporte dos tecidos pélvicos.
- Histórico familiar: a predisposição genética é um fator relevante para a incontinência urinária de esforço.
2. Fatores Comportamentais e Clínicos:
- Aumento da pressão intra-abdominal: condições que exercem pressão constante sobre a bexiga, como a obesidade, a prisão de ventre recorrente e tosse crônica (comum em fumantes), contribuem para a perda involuntária de urina.
- Estilo de vida: a prática de exercícios físicos intensos ou sem a devida orientação profissional também pode aumentar a pressão abdominal e favorecer escapes.
- Doenças crônicas: condições como a diabetes mellitus podem levar ao mau funcionamento da bexiga e causar a condição.
A médica reforça que a intervenção precoce é fundamental. O tratamento depende do tipo e da origem do distúrbio e pode envolver desde fisioterapia pélvica e medicamentos até mudanças no estilo de vida e, em casos mais específicos, cirurgia.
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