O bronzeamento artificial é uma saída para quem quer ter resultados semelhantes à exposição solar – ficando com a pele mais dourada – sem a preocupação de uma tonalidade avermelhada. Como uma alternativa de manter o bronzeado no outono e no inverno, épocas mais frias do ano, na qual praias e piscinas são menos frequentadas, há quem opte pelo procedimento para manter a cor durante as estações. 

Contudo, apesar da técnica ainda ser bastante utilizada, como é o caso de diversos influenciadores digitais, que têm divulgado os resultados nas redes sociais, é importante ficar de olho quanto aos riscos do câncer de pele. De acordo com um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, as sessões de bronzeamento artificial podem aumentar em 75% o risco de um câncer agressivo em pessoas com menos de 35 anos que realizam o procedimento, além de causar o envelhecimento precoce e outras doenças de pele. 

– representando a marca de 33% dos tumores malignos registrados. A prática do bronzeamento artificial pode trazer diversos efeitos nocivos à saúde, sendo semelhante à exposição solar em horários inadequados, com a presença dos raios UVA e UVB. 

Apesar de serem proibidas pela Anvisa desde 2009, as câmaras de bronzeamento ainda continuam sendo oferecidas de maneira ilegal em algumas clínicas de estética. De acordo com um estudo da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, a técnica pode aumentar em até 75% as chances do desenvolvimento de melanoma – tipo mais agressivo do câncer de pele.  

A Dra. Sheila Ferreira, oncologista, explica ainda que dentro das cabines de bronzeamento artificial há uma alta intensidade de radiação ultravioleta. “Elas podem aumentar significativamente as chances do aparecimento do câncer de pele, causar o envelhecimento precoce cutâneo e proporcionar o surgimento de lesões”.

Além das câmaras de bronzeamento, é importante reforçar que métodos como fita, autobronzeadores ou spray são tão prejudiciais quanto, uma vez que os componentes químicos podem levar ao câncer por inalação.

É possível ter um bronzeado com segurança?

Sim! Segundo Sheila Ferreira, a exposição ao sol deve ser evitada das 10h às 16h, momento do dia onde a incidência solar é mais intensa. Caso não seja possível, o recomendado é utilizar bonés e chapéus de aba larga, assim como o protetor solar. 

“Para um bronzeamento saudável é necessário ainda caprichar na alimentação, colocando no cardápio frutas e vegetais ricos em betacaroteno – como é o caso da beterraba, cenoura, mamão, entre outros – manter a pele hidratada e deixá-la descansar, fazendo pausas longe do sol para reduzir o risco de queimaduras e radiação solar”.

Além disso, a quantidade ideal de protetor solar é de 2 ml para cada centímetro quadrado de pele. Para facilitar essa conta, no rosto, por exemplo, isso significa três dedos cobertos pelo produto. A oncologista recomenda ainda o uso de protetor com cor na face, justamente por proteger mais contra a luz visível, até mesmo dentro de casa.

Como identificar o câncer de pele

Os primeiros sinais do câncer são as alterações na pele, bastante semelhantes a pintas ou manchas escurecidas, sejam elas novas ou de nascença, que se modificam com o tempo. “Geralmente, essas alterações são percebidas pelo próprio paciente e são fundamentais para a identificação de possíveis lesões malignas. Caso algum dos sinais seja notado, é importante procurar um especialista de modo que seja possível o diagnóstico e tratamento correto”, acrescenta Sheila Ferreira.

Tipos de câncer de pele

De modo geral, o câncer de pele pode ser dividido em dois subtipos: o câncer de pele não melanoma (carcinoma basocelular e espinocelular), mais frequente, e o melanoma, mais raro, porém, mais agressivo.

  • Carcinoma basocelular (CBC) – aparece nas células basais, que ficam na camada superior da pele. As regiões afetadas com maior frequência são: rosto, couro cabeludo, pescoço, costas e ombros. Pode se parecer com lesões não cancerígenas, como a psoríase ou eczema. É considerado o tipo mais prevalente de câncer de pele;
  • Carcinoma espinocelular (CEC) – costuma se manifestar nas células escamosas, presentes na camada superior da pele. Geralmente, aparece em áreas com sinais de dano solar, como rosto, orelhas, pescoço, couro cabeludo, entre outros, e tem aparência avermelhada – como se fosse uma ferida ou machucado. É o segundo tipo de câncer de pele mais comum;
  • Melanoma – tipo mais raro e com maior índice de mortalidade. Possui a aparência de “pinta” ou “sinal” em tons acastanhados. Embora seja mais comum o surgimento em áreas expostas ao Sol, o melanoma pode surgir em qualquer região do corpo, inclusive nas palmas das mãos e plantas dos pés. Estes casos ocorrem mais comumente em pessoas de pele negra.

Apesar de um diagnóstico assustador, vale lembrar que quando é descoberto precocemente, as chances de cura podem chegar a mais de 90%.

Novas alternativas terapêuticas

A oncologista destaca ainda que diversos avanços têm melhorado a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes, com principal atenção às boas respostas às medicações imunoterápicas, que estimulam o próprio sistema imunológico do paciente a identificar e combater as células malignas.

“Há algum tempo, os melanomas avançados não tinham uma resposta boa aos tratamentos mais tradicionais, infelizmente. A chegada da Imunoterapia não só no câncer de pele, mas também para o tratamento de outros tumores, trouxe resultados promissores. Hoje em dia, mesmo em casos de melanoma metastático, as pessoas têm vivido anos. Além disso, temos a opção de terapia alvo em casos selecionados, também com ótimos resultados. Foi uma revolução para o tratamento do melanoma”, afirma.

4 mitos e verdades sobre o câncer de pele

  • 1 – É preciso usar protetor em dias nublados.

Verdade. As nuvens não são capazes de bloquear os raios ultravioleta, os quais   estão presentes também em dias nublados, portanto, o uso de protetor solar é imprescindível sempre.

  • 2 – O risco é maior no verão do que no inverno

Verdade. O que determina maior risco de incidência de câncer de pele é o índice ultravioleta (UV), que mede o nível de radiação solar na superfície da Terra. Quanto mais alto, maior o risco de danos à pele. Esse índice é mais alto no verão, porém pode ser alto em outras épocas do ano.

  • 3 – Somente regiões expostas diretamente ao sol podem ser afetadas.

Mito. A maioria dos tipos de câncer de pele (não- melanoma e melanoma) de fato tem uma relação de risco de surgimento aumentada devido aos impactos do sol.  Vale lembrar que os raios ultravioleta que causam danos à pele são capazes de atravessar janelas. Um alerta: alguns subtipos de melanoma podem surgir em áreas do corpo que muitas vezes não observamos com a devida cautela, como genitais, glúteos, couro cabeludo, palmas das mãos, solas do pé, debaixo das unhas e entre os dedos.

  • 4 – Na sombra não é preciso usar filtro solar.

Mito. Mesmo na sombra é preciso passar o protetor solar, pois não estamos livres dos raios ultravioleta.

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