As altas temperaturas do verão garantem dias de diversão entre a criançada, mas também pedem que os pais redobrem os cuidados com a saúde dos pequenos. Os dias mais quentes podem fazer com que as crianças sofram com irritações de pele, que ocorrem por diferentes motivos.

Dra. Brianna Nicolletti, alergista e imunologista, explica que a criança pode ter alergia de pele devido ao contato com a areia da praia e/ou dos parques – que pode abrigar micro-organismos nocivos -, em decorrência do contato prolongado com a umidade do mar e/ou piscina, devido ao suor excessivo e até mesmo em decorrência do uso de protetor solar e repelente.

A seguir, conheça os tipos de irritações de pele mais comuns entre as crianças no verão!

1. Dermatite atópica

De acordo com a alergista, a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia de pele, a qual acomete em torno de 20% do público infantil. “É uma doença crônica, multifatorial, pode estar relacionada a quadros de rinite, bronquite/asma e até alergias alimentares e é caracterizada pela inflamação do tecido. Frequentemente aparece na infância, mas pode estar presente também no adulto”, detalha a especialista.

A dermatite atópica faz com a pele fique seca e áspera, tornando-se mais suscetível a erupções que coçam e inflamam. Elas são mais comuns nas dobras dos braços e na parte posterior dos joelhos.

Para amenizá-la, Luciana Andrade, idealizadora da Passalinho, ensina dicas preciosas para conseguir aliviar os sintomas. Mãe do Filipe, o pequeno foi diagnosticado com a doença aos cinco meses de idade.

Para evitar as crises, as dicas práticas são: dar banhos mais frescos com pouco shampoo e sabonete. Além disso, optar por produtos sem cheiro, o hidratante deve ser aplicado de duas a três vezes por dia.

Já para as roupinhas, Luciana só utiliza e recomenda peças 100% algodão, inclusive para o lençol e toalhas. Na hora de lavar as peças, a idealizadora da Passalinho orienta usar pouco sabão e deixar o amaciante de lado.

“Caso note o início de uma crise, o controle deve ser realizado com o uso de pomadas indicadas pelo pediatra/alergista para evitar que as lesões piorem”, recomenda Luciana.

2. Dermatite de contato

Já a dermatite de contato é um tipo de inflamação que ocorre na pele quando ela entra em contato com um tipo de agente específico, causando uma reação cutânea. “Geralmente, ela fica restrita a uma região, como a das fraldas ou de maior transpiração, como virilha e axilas”, detalha Dra. Brianna. Para diagnosticá-la, se avalia o histórico do paciente e pode ser realizar o teste de contato se necessário.

3. Dermatite seborréica

Crônica e genética, a dermatite seborreica é uma inflamação da pele que ocasiona descamação e vermelhidão em áreas oleosas do corpo, como face, sobrancelha, couro cabeludo e orelhas. É uma doença comum entre os bebês e tende a piorar no verão. Para amenizá-la, recomenda-se shampoo e cremes que ajudam a reduzir a coceira e oleosidade.

4. Parasitoses

“O contato com parasitas presentes na areia e/ou em gramados, provenientes das fezes de animais, também pode provocar doenças, principalmente nas regiões mais expostas, como pés e nádegas”, explica a alergista. É o caso, por exemplo, do bicho geográfico, que entra na pele e a percorre, deixando um rastro. Para tratar esse tipo de doença, é recomendado pomadas específicas que têm como base tiabendazol.

5. Infecções fúngicas

O contato excessivo com a umidade, causada pelo suor ou pelo uso de roupas molhadas por muito tempo, cria um ambiente propício para proliferação de fungos que levam a infecções, como frieiras nos dedos dos pés, pitiríase versicolor, impingem e candidíase genital. “Os principais sintomas são coceira, dor local, secreção esbranquiçada e ardência”, enumera Dra. Brianna.

Para tratar infecções fúngicas, o paciente deve usar cremes e pomadas antifúngicas e ter o cuidado de manter a região seca.

6. Brotoeja

Nome popular da miliária, a brotoeja é uma dermatite inflamatória causada pela obstrução das glândulas sudoríparas, o que impede a eliminação do suor pelo corpo. Assim, ela é mais comum de acontecer quando o bebê está em um ambiente quente e úmido, com excesso de roupa ou passe por uma situação de febre.

“Em geral, as lesões da brotoeja surgem no tronco, pescoço, axilas e dobras da pele, sob a forma de grosseiro, com pequenas bolhinhas de água (vesículas). A aparência varia de acordo com a profundidade na qual ocorreu o bloqueio no ducto excretor”, detalha a imunologista.

Dicas para cuidar da pele do bebê no verão

De acordo com Dra. Brianna Nicolletti, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que bebês de até seis meses não tenham contato direto com o sol. Assim, eles devem ser mantidos na sombra. “Caso seja necessário sair ao ar livre, vale recorrer a protetores mecânicos, como sombrinhas, guarda-sol, boné e roupas”, enumera a especialista.

Já para os pequenos de seis meses a dois anos, deve-se usar produtos apropriados para a pele infantil e com alto fator de proteção. “Por exemplo, filtros inorgânicos (físicos), pela menor capacidade de provocar alergias, alta resistência à água e proteção imediata”, detalha Brianna.

Depois dos dois anos, os pais devem recorrer aos filtros químicos infantis, protetores solares. Na hora de escolhê-lo, o ideal é optar por aquele com o maior nível de proteção UV.

Já em relação a escolha da roupa do bebê para evitar possíveis alergias de pele, como lembra Luciana, o ideal é utilizar peças 100% algodão, evitando cobertores e bichinhos de pelúcia desnecessários.

“Roupinhas fabricadas com tecidos de fibras naturais – como algodão, algodão pima, linho, lã e seda – são as mais indicadas para o enxoval do recém-nascido pois permitem que a pele respire com mais facilidade. Tecidos sintéticos – como poliéster, lycra e poliamida – não absorvem a umidade natural do corpo e fazem com que a pele retenha mais calor, o que pode provocar alergias, irritações e oscilações de temperatura no bebê”, finaliza a alergista Dra. Brianna.

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