Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam para um dado preocupante: cerca de 76% dos casos de câncer de cabeça e pescoço só são diagnosticados quando chegam ao estágio avançado. Isso significa maior dificuldade no tratamento e aumento da mortalidade. São, ao todo, mais de 500 mil novos casos da doença por ano no mundo e, aproximadamente, 85% dos diagnósticos são relacionados ao consumo excessivo de tabaco.
Se associado ao consumo de álcool, a probabilidade de adquirir a doença aumenta em até 30 vezes. O tema é tão relevante que em 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, criado para estimular a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce para a eficácia do tratamento.
O câncer de boca geralmente se aloja em regiões como a bochecha, língua e porção inferior, céu da boca e gengiva. Ainda segundo o INCA, este é o quarto tumor que mais acomete indivíduos do sexo masculino na região sudeste. Já os tumores que aparecem na laringe são responsáveis por cerca de 25% da via aerodigestiva superior. “É importante dizer que estes tipos de tumores são responsáveis por atingir cerca de três vezes mais os homens do que as mulheres, especialmente os que têm mais de 55 anos”, alerta o médico William Nassib William Junior.
Os sintomas destes cânceres são característicos e o indivíduo precisa ficar atento. Os mais comuns são dores intensas e persistentes na boca, feridas na via aerodigestiva que não cicatrizam, rouquidão que se estende por mais de duas semanas, nódulos no pescoço, perda de peso e falta de apetite.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de biópsia. No procedimento, é retirado uma amostra do tecido diretamente no local da lesão ou extraído por meio de punção lombar com a ajuda de exames de imagem. “Após a confirmação do câncer é necessário a realização de exames complementares para saber, por exemplo, qual o estágio da doença ou se ele já se espalhou para outras áreas”, afirma o oncologista.
Segundo o médico, esse estágio é dividido em três etapas. Nos casos iniciais, por exemplo, o tumor se caracteriza por seu tamanho pequeno e restrito apenas ao local onde se manifestou. Já nos casos localmente avançados, o câncer se apresenta em tamanho maior, com acometimento de gânglios do pescoço. Já na fase mais avançada, conhecida como metástase, o tumor já se disseminou para órgãos mais distantes como pulmão e ossos, por exemplo.
Tratamento
De acordo com o médico William, o ponto mais importante para o tratamento de câncer de cabeça e pescoço é uma avaliação multidisciplinar com cirurgião, oncologista clínico e radioterapeuta. Na BP, os pacientes contam ainda com um ambulatório integrado, que inclui uma equipe multidisciplinar com serviços de nutricionista, fonoterapeuta, no modelo câncer center, que proporcional uma jornada otimizada, mais ágil e efetiva para o paciente. Segundo o médico da BP, para combater esses cânceres são necessários entrar com dois ou até três modalidades de tratamentos. “Em muitos casos é necessário a realização de cirurgia e radioterapia. Já em outras oportunidades, é preciso a combinação de radioterapia com quimioterapia e, mais recentemente, a imunoterapia. Em situações mais extremas, optamos pelos três tratamentos de forma sequencial ou simultânea”, finaliza o médico.
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