Neste sábado, 26 de junho, é o Dia Nacional do Diabetes e a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) adverte sobre os riscos que a doença representa. Entre eles está o Pé Diabético que, se não tratado corretamente, pode trazer sérias consequências ao portador.
Denomina-se Pé Diabético a presença de infecção, ulceração ou até mesmo a destruição de tecidos profundos associados às anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica em pessoas com Diabetes Mellitus (DM).
A cirurgiã vascular, Dra. Rina Maria Pereira Porta, alerta que os pacientes com diabetes que têm maior risco de lesão e complicações mais graves nos pés são os que apresentam as seguintes alterações:
- Neurológica: dormência ou sensação de queimação nos membros inferiores, formigamento, picadas, choques, dores que podem evoluir para dor profunda, diminuição ou perda da sensibilidade tátil, térmica ou dolorosa.
- Pele: há locais ásperos, ressecados, com calosidades/calos, mudança de cor (avermelhado), inchaço e rachaduras ou com aumento da temperatura, e a presença de micose, especialmente entre os dedos. Sempre que possível é preciso solicitar ajuda de um familiar ou responsável para identificar esses sintomas.
- Ortopédicas: alterações no formato dos pés, como dedos em formato de garra, aumento na curvatura do pé ou ausência dessa curva (pé plano), se os dedos estão um em cima do outro (sobrepostos) ou se tem joanete.
- Vascular: o paciente queixa-se de dor nas coxas ou panturrilha para caminhar e que passa quando descansa (claudicação), ou dor em repouso. Pode haver diminuição da temperatura dos pés e os dedos ficam mais pálidos ou arroxeados e escuros. Ao exame, não se palpa pulsos nos pés.
A Dra. Rina também ressalta que toda pessoa com diabetes deve realizar ao menos uma vez por ano realizar o exame clínico. “A ausência de sintomas em pessoas com diabetes não exclui a doença, elas podem apresentar neuropatia assintomática, doença arterial periférica, sinais pré-ulcerativos ou mesmo uma úlcera”, diz a cirurgiã.
Ainda, segundo ela, pessoas com diabetes têm menor imunidade e apresentam maior risco de infecção. “Muitas vezes, a infecção se torna generalizada e ocasiona febre, taquicardia e a piora do estado geral, principalmente se o diabetes estiver descontrolado”, afirma.
Os cuidados mais importantes para evitar complicações são: o controle dos níveis de glicemia e do peso; realização de atividade física; cuidados de higiene; hidratação da pele e cutícula; corte adequado das unhas; examinar os pés diariamente com atenção ao aparecimento de qualquer ferimento e procurar ajuda de um profissional de saúde rapidamente ao identificar um problema. A doutora explica que a unhas não podem ser feitas por conta própria ou por qualquer pessoa, mas por um profissional especializado.
Outro ponto importante que a especialista sinaliza é que a pessoa com diabetes não deve andar descalço mesmo dentro de casa ou na praia, e nunca usar sapatos “moles”, de pano, borracha ou de solado flexível e fino. Os sapatos devem ter o solado antiderrapante, proteger e acomodar bem os pés e serem usados com meias de algodão, sem costura, cano alto e cor clara.
Rina Maria também alerta que o pé que não está com lesão também precisa de atenção especial porque acaba sendo sobrecarregado, servindo de apoio e frequentemente ferido em pouco tempo. Quando uma pessoa está com um ferimento no pé, ela deve utilizar uma muleta, andador ou bengala para auxiliar a locomoção, e não pular sobre um pé só, porque isso aumenta o risco de quedas, sobrecarga, atrito ou entorse e lesão.
O acompanhamento médico de um especialista vascular é extremamente importante.
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