Os praticantes de atividades físicas e adeptos das dietas ricas em proteínas para a perda de peso ou ganho de massa muscular, como suplementos de whey protein (proteína do soro do leite), podem estar correndo um sério risco de saúde.  

Isso porque um estudo publicado em 2020 na revista Nature Metabolism, citado pelo site de notícias de saúde Medical News Today, mostrou que o excesso desse nutriente pode ser um risco para a saúde cardiovascular.

“As dietas ricas em proteínas trazem benefícios claros para a perda de peso. Mas, estudos em animais e alguns grandes estudos epidemiológicos em pessoas relacionam o alto teor de proteína na dieta a problemas cardiovasculares”, disse o pesquisador Babak Razani, da Universidade de Washington, nos EUA, um dos autores do estudo.

Durante a pesquisa, os estudiosos ofereceram uma  dieta rica em gordura (lipídio), capaz de aumentar o nível de placas nas artérias (aterosclerose) do coração, a um grupo de ratos. O outro grupo foi alimentado com muita gordura e proteína, enquanto um terceiro recebeu uma dieta rica em gordura com baixo teor de proteína. Assim, os pesquisadores poderiam notar quaisquer diferenças de acordo com a alimentação. 

Os resultados mostraram que os ratos que receberam a dieta rica em lipídio e proteína não apenas desenvolveram a aterosclerose, como apresentaram uma condição significativamente pior do que nos ratos que comeram muita gordura e pouca proteína.

Os cientistas descobriram que as cobaias que receberam a dieta rica em lipídio e proteína não apenas desenvolveram a aterosclerose, como a condição foi significativamente pior se comparado  aos ratos que comeram muita gordura e pouca proteína.

Já as cobaias que receberam dieta rica em gordura e proteína não ganharam peso, apesar de ingerirem muito lipídio, eles desenvolveram aproximadamente 30% mais placa nas artérias em comparação com os que consumiram muita gordura e pouca proteína.

Os pesquisadores também notaram que o tipo de placa que se acumulou nas artérias dessas cobaias se mostrou mais “instável”, mais fina, podendo se romper facilmente na parede arterial, aumentando o risco de bloqueios e, potencialmente, de ataque cardíaco.

“Nosso estudo não é o primeiro a mostrar um aumento revelador na placa com dietas ricas em proteínas, mas oferece uma compreensão mais profunda do impacto da alta proteína com a análise detalhada das placas”, afirma Babak Razani ao Medical News Today.

De acordo com os cientistas, os mamíferos possuem uma defesa do próprio organismo contra a placa arterial. Um tipo de glóbulos brancos chamados “macrófagos” que geralmente “se acumulam” na presença da gordura nas artérias e os removem.

Porém, algumas vezes eles não agem adequadamente, e quando isso acontece, os macrófagos morrem, o que permite o acúmulo da placa arterial.

Mesmo diante dos resultados, o estudo alerta que novas pesquisas devem ser feitas para entender se os efeitos da dieta rica em proteína podem ser replicados em humanos.

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