Durante a gravidez, devido a alguns fatores de risco, infelizmente o aborto natural também chamado de aborto espontâneo, pode se tornar uma realidade para muitas mamães. Por um ou vários motivos, o corpo da mulher não consegue levar a gestação adiante e o sonho de ser mãe é interrompido.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um aborto trata-se da interrupção da gravidez no início da gestação, antes da vida do bebê ser viável fora do útero, ou seja, quando não há nada que possa ser feito pela medicina para que o feto sobreviva.

Já o chamado aborto habitual, ou abortamento de repetição, ocorre quando há três ou mais abortos, consecutivamente. De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Rodrigo Ferrarese, o aborto habitual geralmente ocorre antes das 22 semanas completas (154 dias) de gestação, quando o peso ao nascer é normalmente de 500 g.

Pode ser classificado como precoce, quando ocorre antes de 13 semanas da gravidez, e como tardio, quando ocorre entre as 13 e 22 semanas. Ainda segundo o especialista, após três perdas, o risco de ocorrer uma outra está entre 30% e 45%, motivo pelo qual este quadro merece uma atenção mais rigorosa.

“O abortamento habitual acomete até 3% dos casais, mas somente em 50% dos casos é possível identificar uma causa. Essa porcentagem de diagnósticos vem aumentando, uma vez que a medicina tem avançado em exames complementares”, afirma.

Causas

Rodrigo explica que dentre as causas para o aborto habitual podemos citar fatores anatômicos, que são alterações uterinas como miomas, sinéquias e útero uni/bicorno. O médico orienta que é imprescindível a identificação da causa e se possível, iniciar o tratamento adequado antes de uma futura gravidez. Além disso podemos citar:

  • Fatores genéticos: como anomalias cromossômicas em um dos parceiros. Cariótipo do aborto, ou do casal, permite essa identificação e orientação específica sobre uma próxima gravidez;
  • Fatores Endócrinos: quando há alguma alteração hormonal que impede a evolução da gestação, como insuficiência lútea, diabetes e alterações da tireoide;
  • Incompetência istmo-cervical: é quando o colo do útero é incapaz de permanecer fechado e apto a sustentar a gestação até o final. Entre as causas identificáveis dessa alteração estão malformação uterina e cirurgias do colo uterino, como conização e dilatação.

O diagnóstico é feito através da história clínica do paciente, em que geralmente o abortamento é tardio, pouco sintomático e tem o feto vivo e sem malformações associadas. Além disso, durante a gestação, faz-se ultrassonografias para avaliação da medida do colo uterino. Quando o diagnóstico está feito, pode-se usar a cerclagem ou pessário na tentativa de evitar um novo abortamento.  

Fatores Imunológicos como doenças autoimunes

Ricardo explica que fatores infecciosos não entram nas causas de abortamento habitual. E a outra metade dos abortamentos cuja causa não é identificada, é chamada de idiopática.

“Um abortamento costuma ser uma experiência bem dolorida (física e emocionalmente) para a maioria das mulheres. O mais importante é permitir-se lidar com o seu luto, com seus sentimentos e não se culpar! Feito isso, converse com seu obstetra para entender possíveis caminhos e tratamentos”, finaliza.

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