Sem apresentar sintomas, a osteoporose causa mais de 8,9 milhões de fraturas por ano em todo o mundo, resultando em fratura osteoporótica a cada 3 segundos, de acordo com a Federação Internacional da Osteoporose (IOF).

Calcula-se que a doença afeta 200 milhões de mulheres mundialmente. Por todo planeta, 1 em cada 3 mulheres com mais de 50 anos sofrerão fraturas osteoporóticas, assim como 1 em cada 5 homens com mais de 50 anos.

“Persiste ainda uma ideia errônea de que a osteoporose é uma doença feminina e soma-se ao fato de que, em geral, os homens são mais negligentes com a saúde. É um público esquecido também pelos médicos. Existem condições que aumentam a chance de osteoporose e fraturas, tais como: o alcoolismo crônico, tabagismo, uso de glicocorticoides e pacientes com hipogonadismo (ex: paciente em deprivação hormonal por causa de câncer de próstata) e que deveriam estar no horizonte de raciocínio dos médicos que os acompanham”, alerta o endocrinologista Dr. Sergio Setsuo Maeda.

Os poucos estudos realizados em homens no Brasil mostram que a prevalência de osteoporose na população masculina com mais de 65 anos é em torno de 15%, enquanto que a prevalência de fraturas fica entre 12 e 20%. “Em estudo num laboratório de São Paulo, pudemos observar que, entre 2016 e 2017, os homens correspondiam a apenas 8% dos exames de densitometria realizados”.

No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, 10 milhões de brasileiros são afetados pela doença, que pode ser evitada com hábitos saudáveis como exercícios físicos, boa ingestão de cálcio pela dieta alimentar e a exposição diária ao sol, por, pelo menos, 15 minutos ao dia.

“Sempre oriento que pacientes tenham cuidados com as quedas domésticas, sendo o banheiro o lugar onde mais acontecem acidentes. Pisos molhados, escorregadios e objetos que estejam no chão apresentam riscos e é preciso atenção”.

Mais números

Uma perda de massa óssea de 10% na vértebra pode dobrar o risco de fraturas vertebrais e, de forma semelhante, uma perda de massa óssea no quadril de 10% pode resultar em um risco 2,5 vezes maior de fratura do quadril.

No geral, 61% das fraturas osteoporóticas ocorrem em mulheres. Em 2050, a incidência mundial de fratura de quadril em homens deverá aumentar em 310% e 240% em mulheres, em comparação com as taxas da década de 1990.

Em mulheres com mais de 45 anos de idade, a osteoporose é responsável por mais internações do que outras doenças, incluindo diabetes, infarto do miocárdio e câncer de mama. “A osteoporose pode ocasionar quadros graves como, por exemplo, uma fratura de fêmur, que deixa o paciente acamado por até 8 semanas, pode gerar complicações como perda da musculatura dos membros e até pneumonia”.

A evidência sugere que muitas mulheres que tem uma fratura não são adequadamente diagnosticadas e tratadas por provável osteoporose.


Dr. Sergio Setsuo Maeda é endocrinologista e diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP). A SBEM-SP presta consultoria junto à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, no desenvolvimento de estratégias de atendimento e na padronização de procedimentos em Endocrinologia, e divulga ao público orientações básicas sobre as principais moléstias tratadas pelos endocrinologistas.

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