O consumo adequado de proteínas diariamente é essencial. A possível existência de outras fontes de proteína foi sugerida há algumas décadas. Diante disso, a spirulina passou a ser estudada mais profundamente. A nutricionista, Priscila Gontijo, esclarece algumas dúvidas a respeito dessa suplementação e do seu uso.  

Afinal o que é spirulina? 

Apesar de muitas pessoas acharem que a Spirulina seja uma alga microscópica, é uma cianobactéria de cor azul-esverdeada. Antigamente, no México, era consumida como alimento. Seu cultivo é de baixo custo, podendo ser cultivada em água doce ou salgada. Atualmente, é bastante recomendada como suplemento alimentar devido ao seu alto poder nutricional, sabor agradável e por apresentar baixos riscos à saúde humana (toxicidade). 

O que a spirulina tem?

A Spirulina é uma fonte rica de macronutrientes e micronutrientes, incluindo alta qualidade proteínas, ferro, ômega 3, vitaminas, minerais, carboidratos e ficocanina. A ficocacina é a substância responsável pela cor azulada da cianobactéria e tem alto poder antioxidante, ou seja, capaz de proteger as nossas células; além disso, ajuda na saúde do fígado, tem ação anti-inflamatória e antialérgica. 

Spirulina: fonte rica em proteínas 

A cianobactéria é rica em proteínas, uma vez que o teor deste nutriente pode chegar a 70% do seu peso seco. Esta é uma proporção excepcional, uma vez que a grande maioria dos alimentos à base de plantas (mesmo os que são conhecidos por serem “boas fontes de proteína”) contêm apenas cerca de 35%. Além disso, é considerada uma proteína de alta qualidade por conter todos os aminoácidos essenciais, ou seja, as pequenas moléculas que formam as proteínas e não são produzidas pelo nosso organismo; sendo assim, devem ser obtidas pela alimentação.

Quando a spirulina é comparada ao ovo ou albumina, contém menor quantidade de metionina e cisteína, aminoácidos importantes para ajudar o nosso organismo a utilizar a gordura como energia e realizar o processo de “limpeza” pelo fígado. Porém, estes aminoácidos são facilmente encontrados nas carnes, leites e grãos. 

Boa fonte de vitamina B12 para os vegetarianos 

Sim, a spirulina contém uma grande quantidade de vitamina B12, geralmente encontrada em alimentos de origem animal, especialmente a carne vermelha. Sendo assim, frequentemente observamos que os vegetarianos ou veganos apresentam deficiência desta vitamina. Portanto, a spirulina pode ser uma boa opção para ajudar na reposição da vitamina neste público.

Apesar de alguns estudiosos dizerem que a vitamina B12 encontrada na spirulina não está na forma ativa para ser utilizada pelo nosso organismo, muitas pesquisas dizem o contrário. 

Outros nutrientes essenciais para a saúde 

A spirulina também contém vitaminas A, E, K, betacaroteno e complexo B. Os minerais encontrados são ferro, manganês, zinco, sódio, potássio, fósforo, cálcio, magnésio, cobre, selênio e cromo. Ou seja, é um alimento completo que vai contribuir muito para a sua alimentação. 

Spirulina: um superalimento? 

É considerada um alimento funcional devido aos seus inúmeros benefícios ao organismo. Também é chamada de superalimento. Este termo refere-se aos alimentos que têm provado ajudar em funções específicas do corpo, contribuindo para a prevenção de doenças e promovendo saúde ao organismo.

Priscila Gontijo apresenta os benefícios da Spirulina ao organismo 

  1. Fornecimento de proteínas: importante para as pessoas emagrecidas que perderam grande quantidade de massa muscular. Estudos mostram contribuição no tratamento da desnutrição (A). 
  2. Deficiência de vitamina A: pesquisa com 5000 crianças pré-escolares previamente diagnosticadas com deficiência de vitamina A – evidenciada pelas manchas de Bitot, mostrou que a ingestão de 1 g/dia de Spirulina por quase 4 meses, diminuiu significativamente a prevalência da deficiência em 70% (B). 
  3. Perda de peso: estudo na Alemanha em que as pessoas consumiram comprimidos de spirulina por 4 semanas, ocorreu a redução de peso de 1,4 kg em comparação com indivíduos que não receberam o suplemento (C). Uma pesquisa com 52 pacientes obesos que consumiram 2g/dia de spirulina por 12 semanas, foi visto redução do peso, IMC, circunferência da cintura e gordura corporal (G). 
  4. Proteção ao organismo: possui ação anti-inflamatória associada à substância ficocianobilina, eliminando possíveis substâncias que causam danos às células do nosso organismo ou inflamação (D). 
  5. Antiviral e antimicrobiana: a ingestão da spirulina parece contribuir para redução da replicação de vírus e bactérias (A). 
  6. Intestino: estudo feito em ratos que consumiram o equivalente a 5% da dieta proveniente da spirulina, foi observado aumento de Lactobacillus no intestino. Essa espécie é importante para ajudar na digestão e absorção de nutrientes (E).
  7. Controle do colesterol: estudo com 78 pessoas que consumiram 8g/dia de spirulina por 16 semanas, mostrou redução nos valores do colesterol total e LDL (colesterol “ruim”) (F). 
  8. Pele: por ser rico em betacaroteno, substância que pode convertida em vitamina A no organismo, ajuda na saúde da pele, elasticidade e firmeza. 
  9. Controle do diabetes: consumo de 2g/dia da spirulina por 4 semanas, reduziu a glicemia de jejum e após a refeição, assim como a hemoglobina glicada (hb1AC- exame que mostra os níveis de glicemia em um período de 3 meses) (H).

Spirulina como suplemento 

É encontrada nas versões em pó, cápsulas, comprimidos ou tablete. A dose segura recomendada para adultos é de 3 a 10g/dia, sempre com um copo de água visando ajudar na absorção dos nutrientes. 

Devido ao alto risco de contaminação, recomenda-se sempre buscar um produto de boa qualidade e que você confie na procedência. 

É uma boa escolha de suplemento para ser incluído na sua rotina, mas sempre com a orientação do seu nutricionista. Vale lembrar que não é indicada para gestantes, lactantes, crianças, pessoas com doenças autoimunes, fenilcetonúria ou tireoide. 

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