Se é a ansiedade que impulsiona a fome – e às vezes até a falta de apetite – a explicação pode ser biológica. A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, conta que quando o organismo se vê sem alguma coisa que gosta muito, por exemplo, a comida é possível que isso provoque reações que desencadeiam ansiedade e consequentemente, a depressão.

“Quando o organismo se acostuma a receber uma certa dose de alimentos mais gordurosos e até doces, por exemplo, e depois deixa de consumi-los, o corpo sente falta e precisa se adaptar à essa ausência. Isso reflete diretamente no emocional, podendo muitas vezes ocasionar sintomas ansiosos”, alerta a psiquiatra.

Com sintomas muitas vezes silenciosos, há estudos americanos que comprovam que a ansiedade acomete cerca de 40 milhões de pessoas só nos EUA, e mesmo que em diferentes graus, o problema atrapalha a qualidade de vida como um todo.

Dra. Jéssica conta ainda que alguns fatores aumentam as chances de a ansiedade atrapalhar o emagrecimento. “A ansiedade e o estresse fazem liberar alguns hormônios como o cortisol, que faz com que o organismo não metabolize os alimentos de forma eficiente e um corpo estressado acaba realmente armazenando mais gordura e perdendo mais massa muscular”, conta.

Para driblar alguns desses fatores negativos, o psiquiatra deixa duas dicas importantes:

– Não se inspirar em metas muito difíceis. Isso pode atrapalhar o processo, principalmente aquelas que indicam o tempo como o principal aliado da perda de peso. Conforme os dias vão passando, mas a pessoa começa a se cobrar e isso só faz aumentar a ansiedade;

– As mudanças lentas e progressivas são mais duradoras do que as repentinas e agressivas. O cérebro entende mais fácil as informações que ele vai recebendo aos poucos e então não deixa espaço para que a depressão provocada pela falta de alimento estacione na mente. Por isso, a dica da médica é fugir das dietas altamente restritivas e entender que cada organismo e cada pessoa tem suas peculiaridades, sendo importante sempre a avaliação médica.

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