A inteligência emocional, conforme definida pelos psicólogos Peter Salovey e John Mayer, é a capacidade de monitorar os nossos próprios sentimentos e emoções, assim como os das pessoas ao nosso redor. É a habilidade de discernir essas emoções e usá-las de forma construtiva para orientar nossos pensamentos e ações. Daniel Goleman, autor do livro “Inteligência Emocional,” acredita que isso envolve o reconhecimento e a regulação das emoções em nós mesmos e nos outros. Desenvolver essa competência pode trazer inúmeros benefícios tanto na vida pessoal quanto no ambiente de trabalho.
A coach, palestrante, Daniella Kirsten, explica que a inteligência emocional é uma habilidade comportamental que reflete a capacidade de uma pessoa de controlar suas emoções em situações complexas, característica que pode ter um impacto positivo em vários aspectos da vida, incluindo as relações pessoais. “Na prática, ter inteligência emocional significa evitar reações explosivas e ser racional ao lidar com uma situação. Imagine que você está em uma viagem e ocorre um imprevisto, como um pneu do carro furar. Pessoas com inteligência emocional são capazes de avaliar a situação e pensar em como resolvê-la, em vez de entrar em pânico ou se desesperar. Claro que esses sentimentos existirão, pois as emoções são intrínsecas aos seres humanos, mas a capacidade de racionalizar e deixar essas emoções afloradas de lado, focando na proatividade, é o que caracteriza uma pessoa emocionalmente inteligente”, conta.
Além de permitir relações mais saudáveis no âmbito pessoal, a inteligência emocional também traz muitos benefícios para a vida profissional, uma vez que no ambiente de trabalho, convivemos com pessoas diferentes, com criações distintas e estilos de vida variados, que podem não estar alinhados com os nossos, e ainda assim precisamos trabalhar juntos. “Não saber lidar com os sentimentos pode resultar em uma imagem negativa perante os colegas, que podem evitar se aproximar ou, pior, não se sentir confortáveis para compartilhar questões profissionais. Os líderes também observam esse tipo de atitude e dificilmente priorizam a promoção de pessoas que agem sem pensar, respondem de forma grosseira ou não sabem lidar com feedbacks negativos. Portanto, por mais habilidoso que um profissional seja em sua área de atuação, seu comportamento pode comprometer sua longevidade no cargo e impactar negativamente seu desenvolvimento profissional”, afirma Daniella.
Como investir em inteligência emocional
Daniella explica que investir em inteligência emocional requer dedicação e prática contínua. A coach dá algumas dicas práticas que podem ser aplicadas tanto na vida pessoal quanto profissional:
1 – Pratique a empatia
A empatia é uma das habilidades fundamentais da inteligência emocional. Entender os outros, tentar imaginar como se sentem em determinadas situações e, a partir daí, comunicar-se de forma que eles compreendam, sem prejudicar ninguém, é ter empatia. Comece por se questionar: “Por que me sinto assim? Por que faço as coisas desta maneira?” Prestar atenção aos seus próprios sentimentos e atitudes o ajudará a compreender melhor as emoções das pessoas ao seu redor.
2 – Lide com as emoções negativas
Ninguém está imune a emoções negativas, mas gerenciá-las é essencial para o desenvolvimento da inteligência emocional. Em vez de reagir impulsivamente a eventos negativos, concentre-se em buscar soluções e opções para lidar com essas situações.
3 – Esteja consciente dos sinais do seu corpo
Preste atenção aos sinais que seu corpo transmite o tempo todo. Seu corpo e seus comportamentos fornecem pistas importantes sobre suas emoções e bem-estar, que têm consequências diretas na sua vida, afetando-a de forma positiva ou negativa. É preciso ter consciência disso. Observe os detalhes de como estão seu corpo e sua mente e tome atitudes que tragam qualidade de vida, afastando-se daquelas que não lhe fazem bem.
4 – Gerencie a ansiedade e o estresse
Embora haja um esforço para evitá-las, as situações estressantes no trabalho e na vida particular são inevitáveis. Nessa hora, saber lidar com a ansiedade e o estresse é fundamental. Para manter o equilíbrio nessas ocasiões, é essencial aprender a administrar a pressão da melhor maneira. Descubra a melhor forma de cuidar da sua mente e manter a calma. Atitudes simples, como sair de determinado ambiente e dar uma caminhada, tomar um chá, fazer alongamentos ou meditar, podem ser um remédio eficaz.
5 – Respeite os seus limites
O autoconhecimento é o primeiro passo para reconhecer seus próprios limites. Respeite esses limites, estabeleça prioridades e cuide do seu bem-estar para evitar frustrações e sentimentos negativos. Quem tem inteligência emocional sabe olhar para si e para os outros com a experiência adquirida. Por outro lado, quem não respeita seus limites está fadado a frustrações e a sentimentos negativos, como culpa e arrependimento.
6 – Evite julgamentos precipitados
Desenvolver a inteligência emocional requer paciência e perseverança, sendo um processo lento e gradual, que varia de pessoa para pessoa. Nesse contexto, é importante evitar fazer julgamentos precipitados em relação a comportamentos ou opiniões alheias, buscando pensar cuidadosamente antes de tomar decisões ou emitir juízos. Dessa forma, você evita erros e injustiças, aspectos fundamentais nos relacionamentos interpessoais e no dia a dia profissional. Saiba, também, como administrar conflitos.
7 – Pense antes de reagir
A diferença entre reagir impulsivamente e responder de forma consciente é fundamental na inteligência emocional. Sendo assim evite responder aos estímulos rapidamente e reagir de forma inconsciente, priorizando as respostas conscientes. O imediatismo é inimigo da precisão. Pense nisso antes de reagir evitando que o lado emocional do seu cérebro funcione mais rapidamente do que seu lado racional.
8 – Treine seu cérebro
É possível treinar seu cérebro para desenvolver comportamentos emocionalmente inteligentes. Transforme esses comportamentos em hábitos para enriquecer sua vida e sua carreira.
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