Segundo a pesquisa publicada no “Journal of Affective Disorders”, a exposição à luz solar pode aumentar os níveis de serotonina, melhorando o humor e a energia. Os estudos ainda indicam que condições climáticas, como a quantidade de luz solar, temperatura e precipitação, podem afetar significativamente o bem-estar emocional.
 

Enquanto altas temperaturas podem aumentar os níveis de agressão e irritabilidade, temperaturas mais baixas podem levar a uma diminuição da energia. Segundo Aline Alves Ferreira, responsável pela Clínica Escola de Psicologia, as alterações de clima intensificam as emoções. “Embora as condições climáticas não levem alguém a desenvolver algum transtorno emocional, podem servir como um gatilho adicional para alguém que já está em risco”, pontua a profissional.
 

Um aspecto fundamental dessa relação é o Transtorno Afetivo Sazonal (TAS), uma forma de depressão que ocorre em certas épocas do ano, geralmente no inverno, quando há menos luz solar. A especialista explica que a maioria das pessoas com esse tipo de depressão apresenta sintomas como tristeza, sonolência e aumento do apetite durante os meses de outono e inverno, mas nenhum sintoma na primavera e no verão. “Isso mostra que a luz solar desempenha um papel crucial em regular nosso relógio biológico e humor,” destaca Aline.
 

Encontrar uma adaptação às variações climáticas é possível através de estratégias comportamentais e de modificação do ambiente. Por exemplo, o uso de terapia de luz para combater o TAS ou o ajuste de sistemas de ar-condicionado e desumidificadores pode ajudar a controlar os efeitos do clima no humor. Reconhecer e entender esses efeitos pode melhorar a capacidade de gerenciar o bem-estar emocional em face das inevitáveis mudanças climáticas.
 

Adotar práticas conscientes para ajustar-se a essas mudanças não só pode melhorar o humor individual, mas também contribuir para um ambiente social mais harmonioso. “Se você suspeita que pode ser sensível às mudanças climáticas, é importante entender que não pode mudar o clima, mas pode tomar medidas para amenizar seus efeitos no seu bem-estar, consultando um profissional de saúde”, finaliza a psicóloga.

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