Adquirimos vários relacionamentos ao longo da vida. Sejam familiares, de amizade, no trabalho, fraternos ou amorosos. Por sermos seres extremamente sociáveis, nos cercamos dos mais variados tipos de relação. Por isso, e sendo assim, sabemos que manter bons laços com pessoas queridas acaba sendo uma tarefa difícil. Principalmente no que se refere aos relacionamentos amorosos. Manter uma relação diária com uma pessoa que deseja dividir a vida pode ser um dos relacionamentos que mais exigem dedicação.
Não à toa falado constantemente nas músicas, filmes, séries e livros, os relacionamentos amorosos são, de fato, enigmáticos. Todavia, essa face de complicação e complexidade que esse tipo de relação tem não deriva somente dos desafios em si, mas também pela enorme importância que ele desempenha na vida de uma pessoa. Alguém que quer ter ou tem um relacionamento amoroso pretende manter laços duradouros que se estendam para a vida toda. Juntos, o casal pretende compartilhar a vida e, apesar de todos os desafios que se encontram no meio do caminho, desejam fazer dar certo.
Segundo Patrícia Resende Fernandes, terapeuta sistêmica e facilitadora de consciência, “talvez por não se ter a consciência necessária, as pessoas atribuem aos relacionamentos amorosos um caráter de dificuldade. Manter um bom relacionamento pode ser fácil, a partir do momento que se tem clareza de algumas questões e haja escolha verdadeira de se criar um relacionamento incrível”. Para tanto, se faz necessário em primeiro lugar, mudar os pontos de vista.
Para a terapeuta, “os pontos de vista é o modo como vemos as coisas. É tudo o que acreditamos como verdade. E é ele que cria a nossa realidade. Por vezes, ele é tão fixo que gera bloqueios e limitações na nossa vida”. Olhar para coisas de um modo sempre fixo e estático impede de vermos as situações e as pessoas como realmente são, o que gera conflitos e desgastes nas relações.
Vale ressaltar, que a nossa mente é dividida em duas partes: o consciente e o subconsciente. O primeiro é a nossa razão. É aquele que tem ideias, que planeja, que nos ajuda a tomar as nossas decisões e ocupa somente 5% da nossa mente; já o segundo, com 95% de dominação, armazena os nossos padrões de comportamento que adquirimos no decorrer da nossa vida e, é extremamente sabotador, pois a sua função é nos proteger, e sempre irá nos guiar pelo caminho conhecido, ainda que seja um caminho de dor. “E por isso, sabota a maioria dos nossos desejos e decisões”, completa a terapeuta.
“O nosso subconsciente tem grande influência sobre a pessoa que somos. Traumas do passado e crenças limitadoras ficam alojadas nesse espaço e faz com que tenhamos bloqueios, que impedem o nosso crescimento e a nossa mudança”, afirma a especialista.
Assim, não é diferente nos relacionamentos, com o subconsciente dominando, as antigas relações com ex´s e outras situações que passamos, até mesmo na nossa infância as situações vistas e vividas pelos nossos pais, interferem no atual. É aí que surgem os padrões. Para não deixar que as situações do passado tenham poder sobre o presente ou o futuro, é preciso expandir a consciência para então assim, criarmos uma realidade diferente. Com isso, mais conscientes, obtemos a capacidade de tomar decisões e escolhas mais leves, mais criativas e mais expansivas.
Para ter um relacionamento incrível com qualquer pessoa, “existe um grande segredo que vem contribuindo com milhares de pessoas pelo mundo e permitido que tenham bons relacionamentos, afirma a terapeuta”. Trata-se dos 5 Elementos da Intimidade, que são:
A Honra, a confiança, a permissão, a gratidão e a vulnerabilidade.
- Honrar o parceiro é tratá-lo com respeito, e não com julgamento. Se não tem julgamento da pessoa com quem está, e honra totalmente quem ela é, então ela pode ser quem ela realmente é, e você também pode ser quem você é; e ninguém julga ninguém. Isto é honrar.
- Confiar é saber o que a pessoa vai fazer, e não decidir você, o que quer que ela faça. É confiar que a pessoa não vai mudar, a não ser que ela escolha a mudança. É não pensar que porque você a ama tanto, ela vai mudar.
- Permissão é a chave para que tudo seja um interessante ponto de vista. É permitir que tudo o que a pessoa faz ou fala é somente um ponto de vista interessante e não está relacionado a você. Não é pessoal.
- Ser grato é agradecer simplesmente pela existência da pessoa na sua vida. Agradecer pelo tempo que a tem, sem julgamento. Onde há a gratidão, não há julgamento.
- A vulnerabilidade é estar disposto a receber qualquer coisa que venha da outra pessoa, e novamente não querer mostrar que é perfeito. Você se permite mostrar como realmente é, mostrar suas emoções, sem nenhuma barreira. “A vulnerabilidade, entretanto, não é ser capacho das pessoas. Você pode dizer me desculpe, mas isso não funciona mais para mim. Isso é inaceitável’”, explica a terapeuta.
Para ser os 5 elementos da intimidade, precisa ser primeiro com você. É criar um relacionamento íntimo primeiro consigo mesmo para depois conseguir ser com o próximo. Se você não é com você, não pode ser com o próximo. A terapeuta que é facilitadora de Barras de Access, afirma que uma grande dica é todos os dias, baixarmos as nossas barreiras, e ao acordar, destruir e descriar todos os pontos de vista que nós temos sobre relacionamentos, para então, sobrecriarmos uma relação diferente, algo novo, e se abrir verdadeiramente para um relacionamento.
“Para contribuir e facilitar na liberação dos pontos de vista e das crenças limitantes, as Barras de Access é uma excelente ferramenta, uma vez que é uma técnica de expansão da consciência e libera espaço para o novo em nossas vidas. Também é possível através de perguntas super poderosas, reconhecer e perceber quem realmente será valioso na nossa vida. E por fim, uma grande contribuição, é através de um processo corporal de Access, ou uma Constelação Sistêmica Familiar, ativar a energia da Sexualidade – a energia que impulsiona para a vida, uma visão de futuro, que mantém os parceiros conectados e engajados. Quando essa energia está baixa, a vida é direcionada para o menos: menos afeto, menos intimidade, menos relacionamentos saudáveis, e até menos dinheiro” finaliza a especialista.
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