Ao longo da vida, levantamos vários questionamento sobre como está nossa vida: “Estou com a pessoa certa? Eu sou feliz no meu trabalho? Sou uma boa pessoa? Quero ter filhos? Eu sou feliz?”. São alguns exemplos do que volta e meia nos perguntamos.

De acordo com Flávia Teixeira, psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ, professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ e pós-graduada em Psicossomática Contemporânea, como há milhares de anos, a espécie humana adquiriu a capacidade de refletir sobre si e o ambiente ao seu redor, os questionamentos feitos, de modo geral, buscam encontrar respostas que o tranquilizam.

“Porém, em algumas situações, as respostas não aparecem tão facilmente, exigindo uma reflexão mais profunda para decidir qual direção tomar. Muitas vezes, a escolha é dolorida”, explica a especialista.

Ainda segundo Flávia Teixeira, quando uma crise existencial aparece ela envolve em geral, uma situação-limite para aquela pessoa, um questionamento sobre algum aspecto profundo e essencial de sua existência. O que é diferente de uma crise causada por uma situação, como um divórcio, uma crise durante algumas etapas da vida (adolescência ou meia-idade), por exemplo.

“Crises situacionais podem convergir e se aprofundar a ponto de se tornarem uma crise existencial. Quando ela se aprofunda, a pessoa pode vir a desenvolver uma depressão, que requer cuidado médico especializado”. 

A psicóloga enfatiza que as crises e adversidades ocorrem de modo quase sempre imprevisível. Ainda de acordo com Flávia, a forma que cada indivíduo irá lidar quando elas aparecerem, dependerá, em boa parte, da nossa capacidade de encarar mudanças e tomar decisões. 

“Se o indivíduo já tem algum bloqueio emocional, transtorno de ansiedade ou dificuldade para sair da zona de conforto e se adaptar ao novo, ele precisará de ajuda profissional para desenvolver seu potencial de enfrentar os desafios que surgem a todo instante. Psicoterapias proporcionam a possibilidade de desenvolvimento pessoal, a partir da investigação do modo de ser da pessoa. À medida que o indivíduo amplia e aprofunda o conhecimento sobre si mesmo, passa a dispor de novos instrumentos para lidar melhor com os obstáculos e as dúvidas inevitáveis ao longo da vida”, conclui Flávia Teixeira. 

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