Um estudo revela que a maioria dos casais não dá acesso a detalhes financeiros um do outro. Acesso a senhas de cartões, limite bancário e gastos privados são algumas das informações omitidas.
Nada demonstra melhor a frase “o que é meu é seu” em um casamento do que abrir uma conta conjunta no banco, especialmente se um dos cônjuges recebe muito mais do que o outro. No entanto, de acordo com pesquisa realizada na Inglaterra com mil pessoas comissionadas pela empresa Prudential, grande parte dos casais atualmente guardam segredos um do outro quando o assunto é finanças.
Segundo o estudo, mais de 50% dos entrevistados disse não saber o salário do cônjuge e um número similar afirma esconder a existência de cartões de créditos e empréstimos pessoais. O estudo revela uma mudança no comportamento entre casais.
Nos anos 1970 e 1980, contas conjuntas passaram a ser cada vez mais comuns com a entrada das mulheres no mercado de trabalho. Agora, é possível que os casais, apesar de dividirem vários aspectos de suas vidas, prefiram manter certa independência quando o assunto é dinheiro.
“As mulheres do século XX conquistaram suas autonomias, investiram em suas formações acadêmicas e, assim, alcançaram sua independência. Elas exercem profissões que eram de exclusividade dos homens, como nas áreas da Informática e das Engenharias. Para muitas delas a própria maternidade foi protelada para após as realizações profissionais”, explica o psicólogo Ivo Carraro.
O estudo mostra que os homens que revelaram esconder dinheiro tinham mais propensão de fazê-lo para realizar gastos pessoais com entretenimento e saídas sem a parceira, enquanto mulheres alegaram que faziam reservas, em sua maioria, para casos de haver um rompimento no relacionamento, como um fundo de reserva.
Outra explicação do especialista é que o conceito de amor também mudou. “No século XXI, as pessoas pensam que já são completas por si sós. As disfunções conjugais ocorrem com mais frequência, daí a individualidade financeira apontada nos estudos dos casais”.
Uma nova pesquisa realizada pela empresa britânica de seguros de vida, Direct Line Life Insurance, mostra que um a cada cinco britânicos, tem um parceiro que não sabe detalhes financeiros sobre valores de pensão relacionados à aposentadoria. Ainda, quase uma pessoa casada em cada cinco nega ao parceiro acesso a poupanças, aumentando para 28% quando considerado pessoas em uniões estáveis como um todo. O estudo mostra que 16% das pessoas casadas não dão acesso a detalhes de cartão de crédito os seus companheiros, número que sobe a 27% quando considerado casais em uniões estáveis.
Ivo Carraro é psicólogo do Centro Universitário Internacional Uninter.
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