Empoderamento Feminino, quanto de poder estamos, de fato, levando e usufruindo em nossas vidas…
Quando nós ouvimos a palavra PODER, logo pensamos em autoridade, em imposição de nossas vontades sobre os outros, em sermos melhores que os outros. Mas quando falamos de Empoderamento Feminino, estamos querendo despertar a consciência das pessoas para outra coisa, que nada tem a ver com o velho conceito de poder. A melhor e mais precisa definição para Empoderamento Feminino está no sentido de fazer com que nós, mulheres, nos apropriemos da expressão “EU POSSO”, ou seja, Empoderamento Feminino deve ser sinônimo de se sentir CAPAZ.
Sim, você pode se apropriar de suas possibilidades, pode reconhecer suas capacidades, seu autovalor, seu amor-próprio, pode ampliar o leque sobre o que você almeja e deseja para sua vida, tendo como ponto de partida o autoconhecimento. Os melhores resultados e conquistas que obtemos derivam desse alicerce interno e que se inicia com Consciência. A Consciência é o primeiro passo para o Empoderamento e ele surge quando quebramos velhas crenças e paradigmas.
O Poder Feminino não tem a ver com se sobrepor aos homens ou a sociedade, ele é o seu canal de acesso consigo mesma e com o seu melhor e, por isso: com sua consciência. É primeiro com consciência sobre si que você consegue acessar, despertar e usufruir do seu melhor, dos seus potenciais, ficando imune às invalidações que praticamente toda mulher sofre desde que nasce. Desde pequenas, culturalmente, vemos as meninas sendo criadas para serem mais submissas, para exigirem menos, para obedecerem mais a regras, recebendo muitas e muitas pressões sociais que, por fim, às impede de acessar todo o seu potencial feminino.
Muitas de nós mulheres e nossa própria sociedade, no fundo, ainda continuam presas ao paradigma da liderança masculina – como se o padrão masculino fosse o melhor ou mais viável. E isso impacta todos os âmbitos das nossas vidas, inclusive no aspecto pessoal, leia-se afetivo, familiar e também profissional.
O mundo masculino, historicamente, está relacionado à conquista de territórios, à força, ao ideal de lutar para seguir em frente. Mas hoje esse comportamento deixou de ser nossa maior urgência e nosso maior fator determinante para a sobrevivência da raça humana. Não temos mais territórios para conquistar, mas temos que cuidar dos territórios que já conquistamos. E cuidado é uma característica feminina. As necessidades da humanidade estão mudando e somente algumas características femininas podem nos levar a uma coexistência e consequente evolução.
Portanto, definitivamente, esse é melhor momento para a mulher se apropriar de seu espaço, mas isso não significa lutar para ser mais ou melhor que o homem. Significa apenas ocupar o lugar que já é dela. Somos diferentes e complementares. Vivemos um momento em que a palavra de ordem é colaboração e ela não pode existir se não houver respeito e valorização de ambas as partes e de ambos os gêneros.
No feminino reside a força da criação, do olhar holístico, do acolhimento, entre tantas outras. A mulher também é composta por qualidades do gênero masculino, no entanto, é preciso consciência para equalizá-los de forma a potencializar o que nos diferencia por natureza.
A mulher tem um grande potencial de produzir parcerias, sabe como trabalhar lado a lado, é agregadora por natureza, isso é do feminino. E esta é uma outra característica cada vez mais fundamental em nossas vidas. O que torna esse objetivo mais difícil é o fato de que muitas mulheres continuam referenciadas no modelo masculino e assumindo o comportamento da conquista territorial – o que costuma trazer muitas e muitas dores, ainda que inconscientes. Por que tentar replicar em si, características masculinas, se você, mulher, pode acessar todo o seu poder feminino e exercer o seu papel no mundo, sem “fingir” que é durona? Não é preciso jogar o jogo da força bruta para vencer batalhas. Para ter sucesso e ser feliz, basta começar a se autoconhecer e usar toda a capacidade singular que toda mulher tem dentro de si.
Para nós mulheres, será impossível nos valorizarmos, se continuarmos a acreditar que existe um outro ser humano mais capaz e melhor, um outro jeito de ser mais produtivo. Embora haja o crescimento das discussões sobre o assunto e do fomento ao Empoderamento da mulher, essa missão fica complicada se nós próprias continuarmos referenciadas à liderança masculina.
Por isso, reforço que às mulheres ainda falta conquistar o espaço dentro de si, o Empoderamento dentro de si. Apropriarmo-nos do poder que nos é nato e intrínseco. Falta descobrir: como posso usar as minhas características femininas, simplesmente por eu ser mulher? Como utilizar o cuidado, a delicadeza, o carinho, a empatia, a visão do todo, a sensibilidade, a compaixão, o perdão, a doçura, a tolerância, a flexibilidade, a intuição, a compreensão e tantas outras peculiaridades a meu favor?
Digo isso porque eu também precisei quebrar crenças para me apropriar do meu “poder feminino”. Eu também entrei no mundo do trabalho, no mundo profissional, reconhecendo o poder masculino e acreditando que precisaria aderir a esse modelo, porque seria a única forma de chegar ao sucesso.
Foi o processo de autoconhecimento e autoconsciência que me despertou para a realidade que eu mesma acreditava como sendo a única alternativa autolimitante. Desenvolver meu poder feminino me ajudou a encontrar meios para redefinir minha autoestima como mulher e crer em novas possibilidades. Precisei criar uma forma de me sentir lado a lado, me sentir 50%, responsável pela minha parte.
O caminho da autoestima é um caminho de construções positivas e longevas. Invista nele, questione-se, mude ou acrescente novos olhares ao Empoderamento Feminino. Invista-se de poder a fim de promover ações que possam provocar mudanças benéficas para si mesma e para o seu redor.
Heloísa Capelas é especialista em Autoconhecimento e Inteligência Comportamental e diretora do Centro Hoffman no Brasil. Palestrante, coach, master practitioner em PNL, autora do best-seller “O Mapa da Felicidade” e coautora de mais sete livros sobre Gestão de Pessoas, Liderança e Inteligência Feminina.
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