Estilo pessoal significa, antes de tudo, ter autoconhecimento e, consequentemente segurança nas próprias decisões. Porque o estilo vem de dentro. Ou seja, é uma consequência da construção ao longo da vida, então, depende das escolhas e das experiências de cada pessoa.

Quando fazemos um trabalho para descobrir o estilo daquela pessoa, é isso que analisamos, o seu modo de viver como um todo, por último iremos analisar as suas roupas. É a própria pessoa que irá nos fornecer as informações para chegarmos ao resultado e falarmos se ela tem o estilo: criativo, tradicional, clássico, esportivo, sensual, dramático ou romântico. Nunca iremos criar um estilo para ela e sim descobrir a sua marca pessoal.

Quando a pessoa se permite se autoconhecer, ela não tem medo de viver aquilo que lhe faz feliz, independente da opinião do outro. E, ter um estilo de vida diferente do estilo da maioria das pessoas, seguir uma determinada “tribo” ou grupo, é um jeito livre de ser, é andar na contramão dos padrões que muitas vezes são impostos pela sociedade. E isso, é muito bacana, porque não é uma questão de certo ou errado, é um jeito daquele determinado indivíduo se comportar. Tem a ver com identidade.

Década de 60

Se olharmos para a história, na década de 60, muitas pessoas viviam com estilos de vida considerados fora do comum. Haviam por exemplo as Tribos Urbanas. As pessoas que se identificavam com o modo de viver, achavam ali um lugar como se fosse à extensão da família, onde tinham segurança para serem pessoas autênticas, viviam a sua verdadeira personalidade

Na Inglaterra, a pergunta “Você é católico ou protestante?” foi substituída por “Você é Mod ou Rocker?”. Dois grupos que prevaleceram por muito tempo. O estilo dos Mods tinha como referência a moda das universidades de elite dos Estados Unidos e o jeito italiano. Preferiam as Vespas e Lambrettas aos carros e motos admirados pelos seus rivais Rockers, que usavam Jaqueta de couro e imitavam os atores norte-americanos Marlon Brando e James Dean.

Década de 70

Em meados dos anos 70, o Punk chegou como movimento contestador por excelência e abriu caminhos no mundo todo, inclusive influenciando a moda e a música. Então, ter um estilo próprio, considerado diferente pela maioria, significa assumir os riscos de não ser aceito por esta mesma maioria, todavia, é sem dúvida um ato de grandeza e de autenticidade e até de experiência para àquele determinado momento da vida, como os cosplay e sereismo, que pode ser uma opção de vida, um hobby ou algo passageiro, porque também tem a ver com o modismo, algo que logo vai passar.

Neste caso, é de extrema importância o entendimento dos pais, quando se tratar de adolescente. Os pais precisam estar abertos à opção dos filhos, saberem o porquê, terem um diálogo franco e aberto e apoiarem, o adolescente precisa ser acolhido e respeitado. Claro, dentro de todos dos limites e combinados de cada família. Quando há esse entendimento e a fase terminar, ninguém sofreu e sim foi um período de aprendizado.

Devemos ainda saber que cada grupo, personagem, estilo diferenciado traz uma mensagem. Existe um recado sendo dado ao mundo, assim como os punks que queriam falar sobre as questões políticas daquela época e continuam até hoje. Enfim, acho que o quê de fato é fundamental é respeitar as escolhas de cada um. E quem escolher viver de forma diferenciada, que também seja em consequência do seu autoconhecimento. O importante é ser feliz e jamais fazer simplesmente porque o outro fez.


Lúcia Almeida é professora do Centro Europeu, especialista em imagem pessoal e comportamento.

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