Para a Educação do Futuro, a melhor notícia é que o modelo é mais fácil de replicar em grande escala do que o tradicional, segundo a educadora Dianne Tavenner, diretora executiva e co-fundadora das escolas Summit, nos EUA.
Uma escola com salas sem paredes como as de empresas de tecnologia e em que os professores não dão aulas consegue preparar todos os seus alunos para entrar e ficar quatro anos na faculdade. Ou melhor, um grupo de quatro escolas chamadas de Summit, na Califórnia, EUA, que cumpre a sua missão a risca: desde 2003, quando a primeira unidade foi criada.
Com a ajuda da tecnologia, os professores são liberados de várias tarefas e podem se dedicar mais aos alunos. Na Califórnia, ela já está fazendo isso na rede de escolas charter (que funcionam com verba do governo e de doações) Summit. Em 2013, duas novas unidades foram abertas, e o plano é fazer o mesmo nos próximos 10 anos, até que todos os alunos do Vale do Silício recebam educação de alto nível. Atualmente, 47% terminam o ensino médio sem a base necessária para o ensino superior. Enfim, segundo a educadora, a tecnologia livra os professores “de tarefas” para uma “atenção mais integral” ao aluno.
Aprender e ensinar com foco na educação híbrida
A integração cada vez maior entre sala de aula e ambientes virtuais é fundamental para abrir a escola para o mundo e trazer o mundo para dentro da escola, é o que nos diz José Moran; pesquisador e orientador de Projetos Educacionais Inovadores com metodologias ativas em cursos presenciais e online.
Segundo ele, a educação é um processo muito rico, complexo e dinâmico, no qual participamos ao longo da vida como aprendizes e ensinantes de forma intercalada e ininterrupta. É humanista, porque feita entre pessoas, em ambientes formais e informais, ao vivo ou offline, que nos ajudam a construir percursos pessoais que nos realizem em todas as dimensões. A sociedade é educadora e aprendiz ao mesmo tempo. Todos os espaços e instituições educam – transmitem ideias, valores normas – e ao mesmo tempo, aprendem, embora na escola o façamos de forma mais intencional e organizada.
A educação não se esgota na escola. A sociedade educa através da família, grupos, organizações, mídias. Todos somos corresponsáveis pelo sucesso ou fracasso educativo individual e coletivo. A educação formal organiza uma parte desse processo mais amplo, que é o ensino de conteúdos, habilidades, competências e valores importantes para o país, para a transmissão da cultura passada e orientar para escolhas pessoais e profissionais futuras. A educação escolar precisa ser cada vez mais inovadora, porque estamos numa fase de transição: ainda não saímos do modelo industrial (embora mantenhamos muitas de suas estruturas organizacionais e mentais) nem chegamos ao modelo da sociedade do conhecimento, embora parcialmente incorporemos alguns dos seus valores e expectativas.
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