Nos momentos em que vivenciávamos a “normalidade” e onde nos queixávamos da falta de tempo, desgaste e indisposição física e emocional, sobrecarga e eterna sensação de cansaço, erámos felizes e não sabíamos?

O mundo ainda na quarentena e em alerta há um ano, e sem previsão de o mínimo de retorno das atividades, da vida financeira e da socialização presencial. Pesquisas tem mostrado os aspectos benéficos da flexibilidade do home-office e da maior aproximação com os membros de convivência diária, muitas vezes possibilitando acompanhar o desenvolvimento dos filhos.

Chegando nos aspectos negativos e prejuízos emocionais, além de todo contexto da doença em si, é que estamos favorecendo o status da disponibilidade profissional, onde não existe mais a referência de um “horário comercial”, a dificuldade na concentração em dividir atenção com filhos e interferências da casa e as limitações nas atividades externas que cabiam bem como válvula de escape do estresse e agora não estão mais disponíveis.

Como facilitador para o reencontro ao equilíbrio está em exercitar a construção de uma rede de apoio. O ser humano nasce e vive em uma rede de relações representada por: família, escola, comunidade, trabalho, dentre outras e está em constante transformação.

Apoio Social

Apoio social tem a ver com as relações que uma pessoa estabelece na vida e que podem influenciar de forma significativa a definição da sua personalidade e o seu desenvolvimento. Construir e consolidar as redes são processos intimamente ligados à convivência.

Conviver com outros seres humanos, significa interagir de forma recíproca, a partir de trocas, principalmente afetivas, que possibilitam o desenvolvimento na diversidade de papéis, alteração e equilíbrio de poder, conjunção de olhares, contato físico, respeito mútuo, entre outros elementos a depender da situação.

No artigo “REFLEXÕES SOBRE REDE DE APOIO SOCIAL COMO MECANISMO DE PROTEÇÃO E PROMOÇÃO DE RESILIÊNCIA” os autores apontam os pilares da resiliência comunitária, são elas:

Solidariedade: sendo a adesão a uma causa com um fim comum a todos que tornam o grupo uma unidade sólida capaz de resistir às forças exteriores;

Autoestima coletiva: é a satisfação por integrar a própria comunidade e reconhecer que a pessoa é parte de uma sociedade e compartilha os valores que a inspiram;

Identidade cultural: é o patrimônio simbólico que ao longo do tempo é incorporado, tais como costumes, danças, valores, mudanças idiomáticas, atravessando mudanças, proporciona a sensação de pertencimento;

Humor social: sendo a capacidade desenvolvida de manter o humor diante de situações adversas, uma aceitação madura, que facilita, propiciando a tomada de decisões para resolvê-lo;

Honestidade estatal: sendo a gestão transparente da coisa pública, quando se refere para a reconstrução ou recuperação depois de uma situação adversa.

Quando identificar a percepção e necessidade de uma rede de apoio e não imaginar pode onde começar a procurar, pense que essa rede pode estar mais próxima e acessível do que imagina.

Referência:

Juliano MCC, Yunes MAM. Reflexões sobre rede de apoio social como mecanismo de proteção e promoção de resiliência. Ambiente & Sociedade – São Paulo v. XVII, n. 3 – p. 135-154 – jul.-set. 2014.

Marcela Eiras Rubio
Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos, Aprimoramento Profissional em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia pelo IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual) e pós-graduação em Gestão de Pessoas pelo SENAC. Atuações como psicóloga hospitalar no Programa Melhor em Casa do Hospital Municipal Dr. Moyses Deustch – Mboi Mirim, HGIS (Hospital Geral de Itapecerica da Serra) e HRC (Hospital Regional de Cotia). Atualmente atua como consultora em Recursos Humanos na RHF Talentos – Unidade São Paulo.
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