Em tempos de pandemia, as máscaras têm sido nossas aliadas na prevenção contra o novo coronavírus. No entanto, o constante uso desse item de proteção super importante não é motivo para descuidar dos hábitos básicos de higiene, especialmente o bucal.

Segundo informações da Associação Brasileira de Pesquisas dos Odores Bucais, 4 em cada 10 brasileiros sofrem com halitose. Mas afinal, o que causa o mau hálito? O dentista Paulo Zahr, explica como esse problema surge e quais os hábitos devemos manter para evitar este incômodo.

1. Sujeira na língua

Segundo o dentista, a maior parte dos problemas de mau hálito está associado à sujeira na língua, região onde o acúmulo de bactérias produz uma cor esbranquiçada ou amarelada, além do odor característico. “Para tratar essa causa, a pessoa deve usar um limpador específico, que consegue remover os restos de alimento ao pressionar o órgão responsável pelo paladar em movimentos de trás para frente”, explica.

2. Cáries

Doenças na boca também podem ser um fator causador do mau cheiro, como cáries, gengivite, placas bacterianas e até periodontite (infecção na gengiva que pode destruir o osso maxilar).

Paulo explica que “o principal motivo são as bactérias, que, ao se desenvolverem, produzem odor estranho. O tratamento depende do diagnóstico do dentista, mas também pode envolver cuidados com a higiene bucal”.

3. Má alimentação

Caso você não tenha horários bem regulados para se alimentar, corre maior risco de ter halitose. Pessoas que ficam um período superior a 5 horas sem comer tendem a apresentar odor, por isso, sentimos o incômodo assim que acordamos. O especialista indica que para contornar a situação, é necessário se alimentar entre três e quatro horas e se manter hidratado.

“Alguns alimentos, como a couve galega, couve-flor e brócolis ajudam a formar enxofre no organismo, substância que favorece a eliminação de gás pela boca. Mastigar alho e cebola também podem deixar um forte odor no local. Então, se tiver alguma reunião presencial ou um encontro, uma sugestão é evitar esse consumo no dia”, avisa Zahr.

4. O hábito de fumar

O hábito de fumar tem como uma das consequências, a secura na boca, devido a diminuição da produção normal de saliva. O resultado é que, sua função de proteger e limpar a microflora bucal é afetada, incidindo diretamente no odor.

5. Condições médicas

Gastrite, má digestão, problemas no estômago, podem comumente provocar a eructação, cujos gases chegam à boca e contribuem para o mau hálito. O odor também pode ser causado pela diabetes, na qual possui o hálito cetônico como um dos sintomas. “O mal-estar pode ser causado, ainda, por infecções na garganta e sinusite. Se esse for o caso, fazer gargarejos com água e sal são uma indicação para remover o pus e diminuir o incômodo”, recomenda o especialista.

Tratamento

Para tratar o mau hálito, o primeiro passo é recorrer a uma boa higiene bucal, com a escovação de duas a três vezes por dia ou sempre após as refeições e uso de fio dental, que elimina restos de comida e acaba com a formação de placa bacteriana, e do enxaguante bucal apropriado.

Caso os sintomas ainda insistam, vale recorrer ao dentista, que poderá indicar um tratamento específico. “Com o acompanhamento clínico, você pode usar enxaguante bucal antisséptico específico para acabar com os germes do mau hálito, principalmente se os vilões forem a sujeira na língua e os restos de alimento na boca”, afirma o profissional, que também sugere o aumento na ingestão de água, redução no consumo de álcool, café e bebidas ácidas.

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