Outono/inverno é tempo de hidratar a pele, neste momento precisamos estar preparados para meses mais frios e mais secos. A baixa umidade do ar favorece não só o aumento de alergias respiratórias, como também doenças relacionadas à pele.

Durante o inverno, a umidade do ar baixa e as temperaturas mais frias levam à diminuição na transpiração corporal. Esses fatores fazem com que a pele fique mais seca. Além disso, nesta época, é comum mudanças de hábitos, como banhos mais quentes e mais demorados que  removem a oleosidade natural  da pele, diminuindo o manto lipídico que retém a umidade da pele, deixando-a ainda mais seca e sensível e podendo desencadear doenças como dermatite, psoríase e outros problemas dermatológicos.

Algumas dermatoses são sazionais, isto é, apresentam maior incidência em determinadas épocas do ano,  doenças de pele, como, por exemplo as micoses, são mais frequentes nos meses quentes e úmidos do verão.  Enquanto outras se desenvolvem em épocas  mais frias e com baixa umidade relativa do ar, sendo mais frequentemente observados quadros que cursam com ressecamento, coceira, sensação de pele áspera, descamação e até fissuras (rachaduras).

Dentre as dermatoses mais frequentes deste período podemos citar:

Eczema atópico ou dermatite atópica: é um eczema que aparece em áreas específicas do corpo, como face, dobras de braços e pernas. Esse tipo está associado à asma e à rinite. O eczema atópico, em geral, começa a partir do segundo mês de vida; pode aparecer em surtos e se manifestar por toda vida do paciente. Nesse tipo de eczema, a coceira é o sintoma mais importante, sendo um dos dados que contribuem para o diagnóstico.

A dermatite seborreica: ocorre principalmente nas regiões que contenham pelos, como face e couro cabeludo. As manifestações mais frequentes são caracterizadas por intensa produção de oleosidade, descamação e prurido (coceira). A descamação pode causar caspa, que varia desde fina até a formação de grandes crostas aderidas ao couro cabeludo, a seborreia. A coceira, que pode ser intensa, é um sintoma frequente nesta região e também pode estar presente com menor intensidade nas outras localizações.

A psoríase é uma doença inflamatória, crônica, que acomete igualmente homens e mulheres. Estima-se que de 1 a 3% da população mundial apresente a doença, ou seja, mais de 125 milhões de pessoas no mundo e mais de 5 milhões apenas no Brasil. A psoríase manifesta-se principalmente por lesões cutâneas, geralmente como placas avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação, que podem surgir em qualquer local do corpo, sendo mais frequentes no couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Além dos tratamentos específicos, hidratação adequada ajuda a aliviar as crises da doença.

Para evitar o aparecimento de dermatites, psoríase e alergias na pele durante o inverno, são necessários alguns cuidados como não tomar banho demorado e com a água muito quente; evitar o uso de esfoliantes,  de buchas e de sabonetes comuns, que ressecam a pele; Não secar o corpo com toalhas ásperas e sempre fazer essa ação delicadamente, para não agredir a pele; Usar sabonetes neutros e hidratantes, que respeitem o pH da pele.

Tomar Água

Durante o inverno, manter a ingestão de água é extremamente importante para conservar a hidratação da pele e de todo o organismo que, naturalmente, fica debilitado por causa do clima frio. Um corpo hidratado apresenta uma pele macia e elástica. Para pessoas que têm dificuldade em tomar água durante esta estação, uma dica: ingerir chás claros ou de frutas, dividindo a quantidade indicada para um dia, dois litros, entre água e chás. Assim, o consumo torna-se mais prazeroso.

É essencial ter o acompanhamento dermatológico no caso do aparecimento de qualquer uma dessas doenças, para que sejam recomendados os produtos e tratamentos adequados para as características da sua pele. Não se automedique.


Dra. Simone Veloso é dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da American Academy of Dermatology e professora de Dermatologia da Uni Rio. Mestre em dermatologia pela USP.

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