Todo mundo conhece os benefícios de se caminhar na natureza. Mas você já pensou na ideia de fazer uma trilha sem roupa nenhuma? Desde o início da pandemia de coronavírus, o turismo mundial viu viajantes deixarem os ambientes fechados para terem um maior contato com o mundo ao ar livre.

Nem que para isso seja necessário estar completamente nu. A “caminhada nua”, tradução literal em português para naked hiking ou freehiking, é o termo usado para a prática de fazer trilhas sem roupa, em áreas devidamente autorizadas. A reportagem é da Nossa, do Uol.

“A ideia é sentir o que a natureza tem para oferecer. É estar em contato com tudo, com a água, a terra, as plantas e o ar. Você sente o ambiente muito mais do que totalmente vestido”, descreve Paula Duarte Silveira, presidente da FBrN (Federação Brasileira de Naturismo).

Contudo é preciso ter em mente que não basta arrancar a roupa e sair por aí como se vem ao mundo. Sobretudo em países como o Brasil, onde a prática não é permitida e pode ser enquadrada como ato obsceno. Por isso, Paula recomenda que os interessados na experiência procurem sempre áreas privativas e exclusivas para esse tipo de atividade, disponível inclusive no Brasil, em destinos como o Espírito Santo, Bahia e Amazonas.

Há cinco anos na estrada, o casal belga Nick e Lins deixou seus trabalhos como engenheiro de TI e gestora de RH, respectivamente, para viver a vida sem roupa. Nascidos em uma pequena cidade da Bélgica, esses viajantes de 40 e 36 anos começaram a praticar caminhadas do gênero em diversos acampamentos na França, em grandes propriedades particulares e com trilhas de diferentes extensões.

Arquivo Pessoal

Onde praticar no Brasil

Quando estiveram por aqui, Nick e Lins foram apenas para resorts naturistas e praias de nudismo “porque a nudez em locais públicos é totalmente ilegal”. Eles lembram que existem algumas opções brasileiras para quem quer praticar naturismo no Brasil, como a experiência que eles tiveram com o GRAÚNA (Grupo Amazônico União Naturista), a única associação do gênero em toda a região Norte do país.

Anualmente, esse grupo naturista organiza 11 encontros em um sítio alugado na Região Metropolitana de Manaus, cujo day use inclui atividades esportivas, uso de piscina natural e uma trilha de cerca de 3 quilômetros em meio a árvores gigantes da Amazônia, como a samaúma. Três vezes por ano (no Carnaval, em julho e em dezembro), é possível também pernoitar no sítio com refeições incluídas e atividades de entretenimento, como pintura corporal, oficina de fotografia e paintball.

No Brasil, o casal de belgas recomenda ainda o Colina do Sol, clube naturista em Taquara, no Rio Grande do Sul. Já no Nordeste, a opção é a Ecovila da Mata, uma área de 72 mil m², em meio à Mata Atlântica, exclusiva para lazer e hospedagem dos praticantes do naturismo.

Dicas para uma boa experiência

Não basta ter coragem de arrancar a roupa em público. É preciso ter também respeito. Por isso, consulte sempre as áreas delimitadas para a prática do naturismo, bem como as regras de uso. Por exemplo, visitantes que entram vestidos costumam ser convidados a se retirar (ou, ao menos, tirarem a roupa).

De acordo com as regras da Federação Brasileira de Naturismo, “os naturistas não renegam a roupa, mas não a usam para esconder o seu corpo”. Ao frequentar praias ou trilhas não oficiais, além de poder ser uma experiência frustrada, corre-se o risco de ter problemas com a lei. Por isso, na dúvida, antes de viajar, seja no Brasil ou no exterior, faça uma pesquisa sobre federações ou associações de naturismo.

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