Diabetes gestacional é quando a grávida apresenta um aumento da glicemia durante a gravidez, sendo na maioria das vezes causada por distúrbios dos hormônios da gestação. Estima-se que esta alteração ocorra em até 20% das gestações, podendo afetar inclusive mulheres sem histórico pessoal e familiar da doença.
Alguns fatores de risco elevam as chances de uma gestante desenvolver o desenvolvimento da diabetes gestacional. Os principais são o sobrepeso e a obesidade antes da gestação, elevação do peso durante a gestação além do considerado normal, síndrome dos ovários policísticos, uso de medicamentos hiperglicemiantes e hipertensão arterial sistêmica – também conhecida como pressão alta.
“Normalmente, o problema ocorre no terceiro trimestre (a partir de 28º semanas de gravidez), quando a demanda nutricional da mãe aumenta. Ela passa então a comer mais carboidratos, havendo ao mesmo tempo regulação da glicemia pela insulina. Na gestação a placenta é responsável pela liberação do Hormônio Lactogênio Placentário que bloqueia a ação da insulina, fazendo com que o pâncreas tenha que aumentar a secreção de insulina. Caso o pâncreas não seja capaz de aumentar a produção de insulina, a níveis que controlam a glicemia, teremos o diabetes gestacional, explica Dra. Karina Moreira, ginecologista.
Em muitos casos, o quadro é assintomático. Mas quando há sintomas, os mais comuns são cansaço excessivo, ganho excessivo de peso na gestante ou no bebê, aumento do apetite, vontade frequente de urinar, boca seca, sede, visão turva e náuseas.
Dra. Karina ressalta que são muitas as complicações associadas à doença e que elas abrangem diferentes aspectos da gestação. “Elas podem levar ao aumento excessivo na produção de líquido amniótico, possibilidade de trabalho de parto prematuro, aumento da incidência de parto cesariana, infecções do trato urinário e hemorragia pós-parto.
Para a mãe, a diabete gestacional pode desencadear outras condições crônicas quando não tratada corretamente, incluindo pré-eclâmpsia, eclâmpsia, diabetes tipo 2, obesidade e doença cardiovascular.
“Para o feto, há maior risco de malformações congênitas, crescimento fetal desproporcional, possibilidade de hipoxemia e até mesmo óbito fetal. Após o parto, complicações neonatais podem surgir, como hipoglicemia”, esclarece a médica.
Pré-eclâmpsia e eclâmpsia
Segundo Dra. Karina, a diabete gestacional está entre os fatores para o desenvolvimento da pré-eclâmpsia (hipertensão arterial específica da gravidez), problema que começa geralmente após 20 semanas de gestação em mulheres com pressão arterial normal. O quadro pode evoluir para a eclâmpsia, uma forma ainda mais grave da hipertensão, e acarretar complicações graves, até mesmo fatais, para a mãe e o bebê.
“Às vezes, não há sintomas. A pressão arterial elevada e proteína na urina são as principais características, mas também pode haver inchaço nas pernas e retenção de líquido”, diz ela. A médica afirma que é possível controlar a pré-eclâmpsia com medicação oral ou até que o bebê esteja suficientemente maduro para a realização do parto. “Para isso, é essencial realizar um acompanhamento pré-natal criterioso e sistemático da gestação”, destaca ela.
A Dra. Karina lembra que pacientes com pré-eclâmpsia leve devem fazer repouso, medir com frequência a pressão arterial e adotar uma dieta com pouco sal. “Medicamentos anti-hipertensivos e anticonvulsivantes são indicados para o controle dos quadros de eclâmpsia mais graves, que podem exigir a antecipação do parto. A doença regride espontaneamente com a retirada da placenta”, finaliza a médica.
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