Apesar de ainda ser um assunto tabu entre as pessoas, há diversos problemas que podem afetar a região do ânus. Entre eles, a hemorroida — condição relativamente comum —, a fissura (um corte) e o câncer colorretal. Mas há ainda outra condição, nem tão conhecida assim, que pode confundir com outras doenças, o plicoma anal, um excesso de pele na borda do ânus.

Essa condição, que não costuma causar graves problemas de saúde, pode parecer com a hemorroida e deixar o paciente confuso. Mas segundo os médicos, são duas coisas diferentes que tendem a estar associadas.

“A hemorroida externa pode resultar no plicoma, mas o plicoma não vira uma hemorroida. Quando há uma crise de hemorroida externa, surge aquela ‘bolinha’ na borda do ânus e, quando ela desincha e regride, pode ficar sobrando esse acúmulo de pele, que damos o nome de plicoma”, explica o coloproctologista Bruno Martins.

Lembrando que a hemorroida é uma doença que pode causar sangramento e dor na região do ânus. Ela ocorre pelo inchaço e inflamação de veias a passar pelo local — diferente do plicoma que é um acúmulo de pele e não de veias. Portanto, a hemorroida externa — e não interna — é a causa mais comum do plicoma.

De acordo com Denise Priolli, coloproctologista, o plicoma costuma ser uma “sequela” ou um sinal de que algo aconteceu na região. “É uma cicatriz na borda anal, resultado de processos como uma inflamação, um corte ou uma hemorroida externa. Esse excesso de pele faz com que, ao abrir e fechar o ânus, um mecanismo normal da eliminação das fezes, não ocorra outro corte sobre a cicatriz na borda anal, resultado de processos como uma inflamação, um corte ou uma hemorroida externa”, reforça a também médica especializada em gastroenterologia cirúrgica.

Imagem: iStock

Apesar de não ser tão frequente, pessoas com DIIs (doenças inflamatórias intestinais), como doença de Crohn e retocolite ulcerativa, podem desenvolver plicomas, assim como gestantes, que apresentam maior risco de ter hemorroidas. O excesso de pele também pode aparecer em outras situações: quando há um corte (fissura) na região ou logo após uma cirurgia de remoção de hemorroidas — neste caso, como uma cicatriz do tratamento.

Por isso, é sempre importante procurar o médico que investigará e sugerir a melhor forma de tratar, além de dar orientações sobre higienização do local. Tem sintomas? Mesmo sem oferecer riscos à saúde, a condição pode trazer desconforto, já que os plicomas podem ter diferentes tamanhos. Quando é grande, o paciente tende a sentir mais incômodo.

É possível tratar o plicoma, mas não existe uma pomada ou remédio que tirará o excesso de pele. Se a pessoa se incomodar muito, a única opção é a cirurgia de retirada, conforme explica a cirurgiã do aparelho digestivo Vanessa Prado.

Segundo os especialistas, é uma cirurgia de baixa complexidade, na qual o paciente tende a ser liberado no mesmo dia, com uma rápida recuperação.

Quais as formas de prevenção?

Como a hemorroida (externa) é a principal causa do plicoma, a prevenção envolve as seguintes práticas:

  • Evitar ficar muito tempo sentado no banheiro;
  • Ter uma dieta rica em fibras;
  • Beber água;
  • Praticar atividade física;
  • Evitar excesso de álcool, pimenta e outros condimentos;
  • Fazer a limpeza do ânus com água, se possível, ou lenço umedecido, evitando o uso de papel higiênico.

Com informações do Viva Bem

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *