Considerado um exame complementar, o autoexame ajuda a mulher a localizar nódulos palpáveis (acima de 2cm), mas não deve substituir outros tipos de rastreamento, como a mamografia.

O autoexame é um passo importante na descoberta de nódulos

Fazer a palpação regularmente ajuda na detecção de tumores. Vale investir nessa ação a partir dos 20 anos, buscando sinais por volta de uma semana após o início da menstruação, e se consultar com um especialista ao notar qualquer sinal incomum. E, após a menopausa, é importante que a mulher continue com a frequência da apalpação mensal.

A maneira correta de fazer

Geralmente, com um dedilhar dos dedos nas mamas, de cima para baixo, diante de um espelho, buscando detectar algumas alterações que podem ser importantes. E nunca deve ser feito antes da menstruação porque pode encontrar ‘mutações’ que não são reais.

Ele detecta tumores acima de 2 cm

O autoexame tem limitações, como detectar apenas tumores acima de 2 cm e de nódulos que sejam superficiais, mas ele faz com que a mulher também possa notar outras alterações nas mamas, como mudanças na pele, que podem ser observadas através de vermelhidão e espessamento; de posicionamento, uma mais elevada do que a outra; de volume, com afundamentos; alterações no mamilo; ou mesmo uma secreção mamilar, principalmente quando é sanguinolenta ou conhecida como ‘cor de água de rocha’, que já seriam suspeitas passíveis de uma investigação mais apurada.

O exame deve ser feito regularmente e estimulado a partir da adolescência, uma vez que a mulher tem o desenvolvimento da mama nesta fase. Como é uma avaliação não invasiva, olhar as mamas e palpá-las procurando algo, deve ser incentivado desde a sua formação, especialmente naquelas com histórico familiar da doença.

O ideal é encontrar o tumor quando ele ainda não é palpável!

No caso de um câncer de mama em estágio inicial, o ideal é encontrar o tumor quando ele ainda não é palpável ao toque da mão, por isso, a importância também da realização de exames de rastreamento, que são indispensáveis em seu check-up, como a mamografia, que deve ser feita a partir dos 40 anos e será capaz de detectar tumores minúsculos, aumentando as chances do tratamento ser mais assertivo.

Só o autoexame não é suficiente para o diagnóstico

O autoexame é considerado um exame complementar, por isso, o correto é a paciente fazer o rastreamento com a mamografia a partir dos 40 anos. Quando ela tem uma história familiar, pode subtrair 10 anos da idade do parente de primeiro grau que teve o câncer de mama. Se isso der menos do que 40, já pode começar esse acompanhamento com seu médico. A frequência é anual. Vale dizer que o ultrassom e a ressonância não são exames de rastreamento, também são considerados complementares à mamografia e devem ser feitos de acordo com a necessidade de cada caso. Converse com seu mastologista, pois ele será a pessoa que poderá avaliar caso a caso.


Dr. Rogério Fenile é mastologista pela Unifesp e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia.

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