O Câncer da Tireoide é um dos mais comuns entre tumores de cabeça e pescoço. 60% da população brasileira terá nódulos da tireoide em algum momento da vida, destes, 15% serão malignos.

Entidades de saúde que se dedicam às pesquisas a respeito dos tumores de cabeça e pescoço se mobilizam para a conscientização dos diferentes cânceres dessa região. A campanha é conhecida mundialmente como Julho Verde. Nódulos na tireoide irão afetar cerca de 60% da população brasileira durante algum momento na vida, sendo que 15% desses serão malignos. Especialistas alertam que qualquer alteração deve ser investigada, pois havendo algum tipo de anormalidade, o paciente poderá iniciar o tratamento necessário mais rapidamente.

A tireoide é uma glândula situada na base da garganta, que produz e libera hormônios responsáveis por regular a função de diversos órgãos, como rins, cérebro, coração e fígado.  Segundo estimativas do INCA – Instituto Nacional de Câncer, mais de 6 mil pessoas foram diagnosticadas com Câncer da Tireoide em 2016.

Seu principal grupo de risco são mulheres acima dos 35 anos, mas também pode ser observado em jovens e em idosos – dos 25 aos 65 anos – e em pessoas expostas à radiação no pescoço e na cabeça. “O Câncer da Tireoide já é o 5º mais frequente entre as mulheres e o 17º entre os homens”, esclarece o especialista em cirurgia de cabeça e pescoço Dr. Erivelto Volpi.

Dentre os fatores de risco para o câncer da tireoide vale ressaltar o histórico familiar de câncer da tireoide e a exposição à radiação. Em termos de prevenção, é importante que o paciente seja sempre examinado através de exame clínico seguido, quando necessário, de ultrassom.  “Seus sintomas são silenciosos e, por isso, é fundamental o autoexame da tireoide sempre que possível. O mais expressivo é a palpação de um nódulo na tireoide, ou seja, na região anterior do pescoço”.

Diagnóstico

O diagnóstico de câncer da tireoide é feito através de uma punção realizada por meio de uma agulha fina, aplicada diretamente no nódulo. O procedimento é simples e pouco doloroso. É retirada menos de uma gotinha do nódulo para que seja averiguado o diagnóstico. A punção do nódulo deve ser guiada por uma ultrassonografia.

Tratamento

A boa notícia é que se diagnosticado precocemente, aumenta as possibilidades cura. No entanto, cerca de 60% dos pacientes com câncer da tireoide recebem o diagnóstico já em estágio avançado, porque, muitas vezes, os sintomas acabam passando despercebidos ou confundidos com outros problemas de saúde. “A investigação precoce de um nódulo maligno pode ser decisiva na vida do paciente, porque quando tratado no início, o câncer da tireoide tem ótimas chances de cura e evita que as células cancerígenas se espalhem para outras partes do organismo”.

A cirurgia para a remoção dos nódulos anormais (tireoidectomia) é a principal forma de tratamento. Após a cirurgia, o paciente passa a tomar hormônios para substituir os que não podem mais ser produzidos pela tireoide e, dependendo da avaliação médica, o tratamento é estendido com terapias contendo iodo radioativo.

Tipos de câncer da tireoide

Existem quatro tipos de câncer da tireoide: papilífero (o mais comum e menos agressivo), folicular (também pouco agressivo), medular e anaplásico (bem agressivo e raro, que costuma ter uma sobrevida curta de 6 meses a 1 ano, mas geralmente acomete pessoas mais idosas).

O diagnóstico do câncer de tireoide tem aumentado nos últimos anos devido ao aumento do uso do ultrassom de tireoide, que permite a detecção de pequenos nódulos, que não poderiam ser diagnosticados no passado.

Câncer de Cabeça e Pescoço

O câncer de cabeça e pescoço é a quinta neoplasia mais comum no mundo. A incidência global chega a 780 mil novos casos por ano. Segundo estudo realizado pelo Instituto Nacional do Câncer – INCA, em 2015 foram registrados no Brasil 11.280 novos casos de câncer de cavidade oral em homens e 4.010 em mulheres, além de 6.870 casos de câncer de laringe em homens e 770 em mulheres. O câncer de cabeça e pescoço pode atingir boca, garganta, laringe (cordas vocais), nariz, seios nasais e ao redor dos olhos. O câncer de cavidade oral, conhecido como câncer de boca, já é o quarto tipo mais frequente entre homens das regiões Sudeste e Nordeste, sem considerar os tumores de pele não melanoma.

Estudos do INCA apontam que 70% das pessoas com câncer de cabeça e pescoço são diagnosticadas tardiamente. Isso porque os sintomas são geralmente vagos. Porém, é preciso ficar atento aos seguintes sinais:

Câncer de seios nasais: feridas que não cicatrizam, sangramento nasal ou obstrução nasal.

Câncer de nasofaringe: nódulos ou massas no pescoço em 90% dos casos; otites crônicas, cefaleia, alterações neurológicas.

Câncer de cavidade oral: feridas ou elevações que não cicatrizam, alterações dentárias, dificuldade em fixar próteses dentárias.

Câncer de laringe: rouquidão, tosse.

Câncer de orofaringe: nódulos no pescoço, dificuldade de engolir alimentos, dor no ouvido.


Dr. Erivelto Volpi é especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e membro do comitê científico da Campanha Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço (Julho Verde) da International Federation of Head and Neck Oncologic Societies. É cirurgião do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e Hospital e professor da Faculdade de Medicina da UNINOVE. www.dreriveltovolpi.com.br

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