Nos últimos anos, as buscas por lipo enzimática cresceram quase 30 vezes no Google, de acordo com o Google Trends, no comparativo entre janeiro de 2016 e janeiro de 2023. A técnica, que promete ‘queimar’ a gordura localizada, chegou ao Brasil na década de 1990, mas ganhou força após a pandemia, com pico de pesquisas em outubro de 2021.

A popularidade do procedimento estético gera curiosidade e levanta dúvidas sobre sua eficácia. Segundo Matheus Manica, cirurgião plástico, a aplicação de substâncias para dissolver gordura tem fundamentação científica, mas é essencial ter atenção a quais são essas substâncias.

“É importante saber o que está sendo aplicado porque alguns produtos ou medicamentos podem até ajudar no metabolismo, como a cafeína e a L-carnitina, mas não têm resultados comprovados cientificamente sobre a quebra de gordura”, afirma o médico.

Já o desoxicolato de sódio, explica Matheus, é a única substância que possui comprovação científica de eficácia na quebra de gordura. Também conhecido como ácido desoxicólico, o ativo é um sal biliar, ou seja, produzido pelo fígado para atuar no processo de digestão.

“O desoxicolato de sódio age justamente quebrando a gordura e é útil para diminuir a medida de uma região específica. Porém, o procedimento envolve muito cuidado especialmente próximo aos nervos onde é possível gerar uma lesão”, destaca o cirurgião plástico.

Dentre as principais buscas relacionadas no Google estão a lipo enzimática para região do pescoço, a famosa papada, e para o abdome. Matheus afirma que essas são duas das principais indicações do tratamento.

“O procedimento é útil para tratamento de gordura localizada no pescoço quando não há tanto volume de gordura. E ele também é um bom tratamento complementar para ajustes pequenos após uma lipoaspiração, por exemplo, quando fica um pouquinho mais de gordura em uma região do que em outra”, diz Matheus.

Entre as vantagens da lipo enzimática, o médico destaca o fato de ser um procedimento minimamente invasivo e não cirúrgico. Além disso, Matheus esclarece que a região da aplicação pode apresentar inchaço, mas é um bom sinal.

“Quanto mais inchada ficar, mais inflamada, melhor tende a ser a resposta. Mas, normalmente, é preciso algumas sessões para ver o resultado”, complementa.

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