Nesta quinta-feira (16), os brasileiros foram pegos de surpresa e ficaram preocupados após a emissão de um alerta amarelo para risco de erupção do vulcão Cumbre Vieja, que reacendeu a possibilidade de tsunamis que podem atingir a costa brasileira.

Localizado na ilha de La Palma, nas Ilhas Canárias, próximo à costa do continente africano, o vulcão, que estava adormecido há décadas, começou a dar sinais de atividades sísmicas nos últimos dias.

Mas afinal, há um risco de tsunami no Brasil por conta da erupção do vulcão?

Segundo o G1 que ouviu alguns especialistas, a chance de um desastre natural no país é remota. O site informa que o alerta emitido pelo governo espanhol não indica certezas de abalos, mas é necessário um cuidado e monitoramento que devem se estender pelos próximos dias ou semanas.

Segundo o pesquisador Saulo Vital, professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Coordenador do Núcleo de Estudos e Ações em Urgências e Desastres (NEUD), ouvido pelo G1, não existem estudos aprofundados com simulações numéricas sobre os impactos para a costa brasileira, então seria difícil especificar com clareza quais estados seriam afetados por um possível tsunami.

Foto: Divulgação RPC

Contudo, por conta do formato da costa brasileira, a região Nordeste se torna o local mais vulnerável, principalmente o litoral setentrional, formado por Ceará, Rio Grande do Norte e nordeste do Maranhão.

Já o professor e pesquisador Saulo Vital, explica que os níveis de alerta se dividem em quatro, e o amarelo é o segundo nível, que na verdade, trata-se de um estado de observação por causa dos pequenos sismos dos últimos dias. Saulo conta que apesar do alerta ser importante, não é dos mais graves.

Mas afirma que uma erupção explosiva, ou seja, o desmoronamento de parte do vulcão, poderia causar uma tsunami. Caso ocorresse uma desestabilização da estrutura rochosa do vulcão, esse evento criaria altas ondas que atingiriam toda a costa do Atlântico.

O G1 também conversou com o coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Aderson Nascimento, que explicou que nenhum alerta foi feito ao órgão.

“Essa chance é muito pequena de acontecer. A gente como órgão de sismologia, ninguém soube de nenhum alerta que foi emitido pelo serviço geológico espanhol ou algum órgão oficial dizendo que isso está acontecendo”.

Ele também afirma que não há motivos para preocupação com um desastre tão grande no Brasil. “A gente não tem essa preocupação no Brasil, porque esse evento é muito pouco provável”, diz. “Agora, eu não estou dizendo que a chance é zero de acontecer, eu estou dizendo que é muito baixa”.

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