A data mais romântica do ano – pelo menos para os apaixonados – está chegando: 12 de junho, Dia dos Namorados. Um momento especial para os casais, regado a jantares, trocas de presentes, recordações e declarações.

Comemorado no resto do mundo em 14 de fevereiro (o “Valentine’s Day”, ou Dia de São Valentim), a celebração se popularizou no Brasil a partir da década de 1950.

Além do coração dos amantes, o Dia dos Namorados também aquece o comércio. Uma pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas aponta que 92 milhões de apaixonados devem ir às compras, movimentando R18 bilhões de reais na economia. Mas você sabia que dar presentes não é a única forma de demonstrar o sentimento pela pessoa amada? A psicóloga Sueli Cominetti Corrêa, explica que muitos aspectos compõem a experiência amorosa.

“Atenção, dedicação, diálogo e autenticidade são pilares essenciais e, embora não haja uma definição única e conclusiva sobre o que é o amor, as várias correntes teóricas da Psicologia concordam que se trata de uma experiência de conexão com algo ou alguém muito forte e necessária e que precisa ser cuidada”, pontua.

Segundo a especialista, a compreensão sobre as necessidades da pessoa amada, o companheirismo e o carinho sincero são formas incríveis de demonstrar amor. “Valorizar o que a pessoa amada gosta; ouvir ao invés de supor; acompanhar, interessar-se sobre seus desafios, tudo isso demonstra que o que mais se quer é a felicidade dessa pessoa”, reforça.

A psicóloga lembra ainda que o amor é um tema central na Psicologia e aponta que Freud, já abordava o amor, relacionando-o a pulsões internas e à busca por alívio e satisfação. “Para Freud, a busca pelo prazer atravessa fases distintas individuais e culmina no encontro do outro como um parceiro para vivências. A natureza da experiência emocional destas fases, para muitos autores da Psicanálise, serve como um protótipo, um modelo, para relações futuras”.

No que tange a relacionamento a dois, a mídia, os filmes e músicas exploram bastante este universo e acompanham os debates sobre o amor. A psicóloga menciona que Erik Erikson relacionou o amor maduro com a identidade, com a intimidade e a ideia de compromisso. O compromisso é um dos critérios pelos quais as pessoas se assumem como namorados.

Foto: Divulgação Freepik

Sueli menciona também que nas correntes humanistas, por exemplo, Abraham Maslow, defende o amor como uma necessidade humana, relacionando-o com nossos vínculos familiares, amizades e relações sociais. “Na medida em que cuida de sua autoestima e busca se autoatualizar, a pessoa torna-se cada vez mais apta a amar. Portanto, é essencial descobrir-se; amar-se para que o aprendizado sobre o que é amar verdadeiramente outra pessoa possa se completar”.

A professora acrescenta que, culturalmente, relacionamos o amor a algumas categorias: amor materno, amor fraternal e, especialmente na ocasião do Dia dos Namorados, o foco recai sobre os casais e sobre um tipo de amor mais íntimo/erótico, que é aquele direcionado a uma pessoa, com a qual há envolvimento emocional, dedicação afetiva e vivência sexual.

“O amor é um ponto crucial nas questões de significado e existência. Muito mais que um fenômeno biológico ou instintivo, a emoção, a cultura e as expectativas são componentes desta grande vivência que é amar”, elenca Corrêa.

Como orientação, Sueli diz que é importante que os casais conversem para entender suas necessidades e características; que parem de supor — que dialoguem e que tenham a coragem de rever conceitos e seus próprios sentimentos.

“É necessário que aprendam a controlar o apego e o ciúme, mas que não fiquem desatentos à distância emocional, ao automatismo e nem a uma confiança cega de que sabem tudo sobre a pessoa amada. As pessoas mudam e precisam ser acompanhadas nas suas mudanças. A parceria e os toques físicos devem ser constantes e não só quando há desejo sexual. A entrega não é no tempo de relógio, mas vem da disponibilidade interior. O amor não segue uma receita padrão; o diálogo, o respeito e o entendimento mútuo devem ser parâmetros para um relacionamento saudável e duradouro”, completa a especialista.

Parafraseando os poetas, Corrêa lembra que “toda forma de amor vale a pena”, “fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”, e que o amor “seja eterno enquanto dure”.

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