O mundo se tornou digital. E com tantas tecnologias como celulares, tablets e computadores e informações, somos bombardeados diariamente com os mais diversos assuntos e, por isso, acabamos por ficar sobrecarregados de conteúdos desenfreados que nos são repassados através dos veículos de comunicação.

A era da informação, que estamos vivendo, percebemos que tudo é facilmente repercutido, de modo que uma foto de uma pessoa aqui no Brasil pode chegar em segundos a uma pessoa no Japão, por exemplo. E essa facilidade de se comunicar por meio de imagens trouxe uma necessidade de exposição como nunca vista. Tudo é registrado, postado e compartilhado. Acontece a era das casas de vidro. 

Por meio das redes sociais como o Instagram e o Facebook, essas informações são passadas de modo rápido e fácil. Mesmo que chamadas de informações, esse compartilhamento de dados está mais voltado à questões pessoais como postagens de fotos, selfies, etc. A grande necessidade que hoje temos de mostrar a nossa vida a todos advém do desejo de ser querido por outras pessoas. 

Segundo a fotógrafa Alline Moltocaro, “de fato, conseguir likes e curtidas nas redes sociais é muito legal. Isso mostra que as pessoas gostam do que você faz, te acham bonita ou te consideram engraçada. Entretanto, essa busca pela aprovação do outro pode e gerou diversos problemas na vida de muitas pessoas”.

Por querer sempre ter mais e mais curtidas e ser cada vez mais apreciado por outras pessoas, mesmo sem conhecê-las, iniciou-se uma corrida invisível que muitas pessoas participam, em especial as mulheres, em busca da perfeição. Para a também fotógrafa, Quenia Moltocaro, “ser mais bonita, mais magra, mais interessante, ter o melhor ângulo, tirar fotos no melhor lugar, ter o melhor carro, o melhor emprego… são coisas que, mesmo sem querê-las de fato, muitas pessoas buscam apenas para conquistarem aprovação de pessoas desconhecidas ou ainda não importantes”.

Não por maldade, muitas mulheres estão inseridas nessa busca incessante da perfeição para conseguirem se enquadrar nos padrões de beleza que foram, com o decorrer do tempo, definidos para o sexo feminino. Alta, magra, com cabelo liso e peitos e coxas fartas, as mulheres se deparam com essa corrida interminável por algo que não tem fim. Mesmo que consigam, por algum tempo, o corpo desejado, o carro desejado ou coisas do tipo, poucas semanas depois já estarão se desdobrando para conseguir algo melhor.

Essa rivalidade que os compartilhamentos de fotos permitiu sobre quem tem o corpo melhor e o rosto mais bonito, fez com que mulheres lindas, inteligentes e engraçadas, tivessem as suas saúdes mentais totalmente deturpadas.  “Agora, com tanta competição, a autoestima de mulheres que antes eram confiantes e despreocupadas, está destruída”, afirma Alline.

“Por trabalhar diariamente com clientes que buscam registrar momentos felizes das suas vidas por meio da fotografia, vejo sempre mulheres lindas que têm vergonha de fazer um ensaio fotográfico porque estão acima do peso e querem esperar emagrecer para poder registrar momentos únicos das suas vidas”, explica Quenia. 

Desse modo, desprender-se de tal padrão de beleza e de conduta, é conseguir ter a liberdade de escolher sentir-se bem com o próprio corpo e com a própria vida. Se olhar no espelho e fazer as pazes com ele é um dever que temos que ter para não só ter o prazer de se sentir bonita, mas também para a manutenção e o cuidado da nossa saúde mental. 

“Sentir-se bem com o próprio corpo é amar tudo aquilo que você tem de mais precioso no mundo. O seu corpo é o seu templo. Ele é a sua vida e você deve tratá-lo com muito amor e carinho”, afirma Alline. Fazer as pazes com o espelho é uma tarefa difícil, mas que deve ser um exercício diário. Permita-se ser feliz e ser amada como é. Não fuja de câmeras com medo de mostrar a si mesma. Lembre-se: a confiança de que é linda é o que tem de mais belo em você. 

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