Nenhum casamento está isento de passar por crises e conflitos. Porém, nem sempre é fácil perceber que o fim está próximo ou ainda que é preciso buscar ajuda para resolver os problemas. Segundo o censo mais recente do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE), o número de divórcios no Brasil cresceu 160% em 10 anos, passando de 130,5 mil em 2005 para 341,1 mil em 2014.

Para as fundadoras do Instituto do Casal, as psicólogas Denise Miranda de Figueiredo e Marina Simas de Lima, a separação não acontece repentinamente. “O casamento passa por momentos diferentes e é normal que os casais enfrentem crises ao longo do tempo. Entretanto, é possível identificar algumas situações que servem de alerta para tomar uma atitude e buscar a resolução dos conflitos antes que seja tarde demais”.

9 sinais que podem indicar que o relacionamento está na UTI:

Grosseria: Quando uma discussão é iniciada, sempre é usado um tom mais ríspido e indelicado. Além disso, o diálogo é cheio de sarcasmo, ironias e feito num tom maldoso.

Excesso de críticas: Quando não gostamos de algo, nossa tendência é reclamar ou criticar. Porém, esse comportamento dentro do casamento pode se tornar um problema, especialmente quando tudo vira alvo de críticas, desde a arrumação da casa, até o corte de cabelo, a roupa, os amigos, etc.

Desprezo: Esta atitude é nociva para qualquer relação, mas é ainda pior para o casamento. A sensação de que tanto faz e não se importar com o outro são sinais importantes que mostram que a vida a dois precisa de ajustes. Além disso, o desprezo é um sentimento de superioridade em relação ao outro, é como dizer “sou melhor que você”.

Comunicação inviável: O diálogo é parte essencial do casamento. Quando o casal já não consegue conversar, seja por falta de tempo ou porque tudo vira motivo de discussão, a comunicação se torna impossível e a separação pode ser uma questão de tempo.

Negatividade: Reclamar de tudo e mostrar insatisfação a todo o momento são atitudes nocivas para o casamento levando o casal a um estado de saturação e opressão.

Linguagem corporal: Casais felizes tem uma linguagem corporal de aproximação e sintonia. Abraçam-se, dão as mãos, encostam-se ao ombro um do outro e especialmente sorriem um para o outro. Por outro lado, quando há problemas no relacionamento, a tendência é sorrir menos ou nem sorrir, não se tocar, não andar mais de mãos dadas, denotando claramente a falta de conexão.

Fracasso na resolução dos conflitos: Cada casal tem sua maneira de resolver seus problemas, mesmo que isso demore. Mas, quando não é mais possível chegar a um consenso pode indicar que é hora de repensar o rumo da relação.

De volta para o passado: Nada mais desagradável do que trazer para as discussões os fatos do passado. Muitas pessoas usam os deslizes do (a) parceiro (a) como forma de chantagem ou para relembrar situações desagradáveis. Isso pode ser gerador de mais culpa, angústia e tristeza.

Sexo congelado: O esfriamento da vida sexual é um sinal muito importante. É normal a diminuição do ritmo sexual ao longo do tempo, mas sua completa ausência é um sintoma importante que pode revelar desconexão do casal.

É possível salvar o casamento?

“Tudo é possível. Entretanto, para retomar o casamento é preciso que os dois queiram. Partindo do desejo de reparação, o casal pode recorrer à terapia de casal, aconselhamento ou outra forma de mediação. Na maioria dos casos, quando esses sinais descritos acima são muito evidentes, é preciso da orientação e mediação de outra pessoa para ajudar o casal a resolver seus conflitos”.

“Ninguém deve viver infeliz em uma relação, mas é importante entender que os conflitos são normais e podem ser solucionados, desde que haja amor e respeito. Manter um casamento apenas por motivos sociais ou ainda por causa dos filhos pode ser pior que um divórcio. As pessoas precisam ter em mente que o casamento é um exercício diário de paciência, altruísmo, flexibilidade, negociação e dedicação”.


Denise Miranda de Figueiredo e Marina Simas de Lima são psicólogas e fundadoras do instituto do Casal.

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