Sei que não é o primeiro Natal que passarei com o Tom, mas posso dizer que será o primeiro que vamos compartilhar uma árvore que montamos juntos.

Desde criança eu sempre gostei do Natal, mesmo sentindo uma certa tristeza após a morte dos meus avós paternos, que moravam com a gente.

Eu gostava do fato de parentes distantes irem nos visitar, da casa ficar cheia na maior parte do período, do clima de festividade na rua da vila onde eu morava em Caieiras, cidade da Grande São Paulo, das brincadeiras, de poder ficar até mais tarde na rua e de poder ir nas casas dos vizinhos, o que meu pai não gostava muito.

Teve um ano que eu organizei uma apresentação e disse para todas as crianças que elas deveriam aparecer de branco no grande dia. Minha mãe quase ficou louca porque as mães iam lá em casa perguntar se a roupa tinha de ser toda branca, sem nenhuma estampa porque uma ou outra criança não tinha. Por fim eu aceitei roupas claras desbotadas, que passariam facilmente por brancas.

O nosso show foi um sucesso! Muitas mães e pais saíram de lá emocionados. Com minhas economias eu comprei uma lembrancinha para cada uma delas, coisa simples porque eu não tinha dinheiro. Se não me engano, acho que dei um elástico de prender o cabelo ou um espelhinho para as meninas, mas não lembro se havia menino na apresentação nem o que comprei para eles.

Minha mãe fala sobre esse show até hoje, mais de 30 anos depois. Sempre gostei de organizar festas, eventos e de manter a casa bem cheia.

Quero transmitir isso para o Tom para que ele sempre tenha amigos e valorize os encontros em família. Todos os anos, acredito que há mais de 10 anos, eu realizo, no meu apartamento, o Natal dos Amigos. Brinco que a noite de Natal nós passamos com a nossa família, mas, nem sempre é com ela que vivemos o nosso dia a dia. Muitos amigos estão mais presentes em minha vida do que muitos familiares. Por isso eu faço questão de comemorar a data com eles antes, já que no dia 25 de dezembro cada um estará com a sua família.

Enquanto montávamos a nossa árvore este ano, eu quis mostrar todo o encantamento que tenho pela data com o Tom. Claro que ele não entendeu muito bem, né? Risos. Toda bolinha que eu colocava na árvore, ele tirava para eu colocar novamente. Ou jogava na árvore e se divertida quando a bolinha ficava grudada nos galhos. Nossa árvore é natural e é a mesma que eu comprei para comemorarmos o Natal no ano passado. Espero que ela continue conosco por muitos anos…

Tom se divertiu bastante ao retirar as bolinhas e tentar colocar durantes os três dias seguintes… Hoje, para ser sincera, não sei se ele entendeu o efeito que aquela linda árvore tem, mas ele a respeita, a chama, oras, da “nana”, oras de “tata”, quando falamos que ela é a árvore de Natal.

Quando vou colocar água nas plantas (agora ele me ajuda na tarefa também), ele logo aponta a árvore de Natal e bate palmas depois que concluímos a tarefa.

Pelo brilho do seu olhar, deu para ver que ele gostou muito de ter a árvore na nossa sala e de ajudar a cuidar dela. E o papai, é claro, ficou babando e curtiu bastante.

Márcia Rodrigues
Márcia Rodrigues é jornalista, mãe do Thomas, que ela chama carinhosamente de Tom, e dos filhos de quatro patas Bia, Bel e Bob, o famoso BBB da região central de São Paulo. Especializada em economia, com foco, principalmente, em empreendedorismo, teve a vontade de escrever sobre comportamento depois da maternidade.
2 comentários para “ Nossa primeira árvore ”
  1. Por que será que eu não me admiro quanto ouço/leio as histórias do seu grande coração de mãe, mesmo quando ainda era pequenina?
    Deve ser porque você já nasceu abençoada de uma bondade gigante, que aflora até num simples sorriso e contagia até os mais céticos e ranzinzas. Hahaha. Risos!
    Por que será que, ao finalizar a leitura, de todos os seus textos, estou com os olhos marejados? Amiga, sou sua fã, entre muitos outros fãs que, com certeza, você já tem faz tempo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *