Transformar o lar em um refúgio verde se tornou um gesto de autocuidado. O contato com a natureza dentro de ambientes urbanos ganhou força nos últimos anos e virou símbolo de equilíbrio e bem-estar. Mas o que pouca gente sabe é que, por trás da estética das plantas, há um risco silencioso: certas espécies podem provocar — ou piorar — crises alérgicas.
“O encanto das plantas é inegável, mas nem todas são inofensivas”, explica a otorrinolaringologista Dra. Cristiane Passos Dias Levy. “Algumas acumulam poeira, outras liberam substâncias irritantes, e há ainda aquelas que retêm umidade e favorecem o crescimento de fungos — um dos principais gatilhos para quem sofre de alergias respiratórias.”
Entre as espécies que merecem mais cuidado estão o Lírio da Paz, a Samambaia, o Ficus e até mesmo as Orquídeas, populares em ambientes internos justamente por sua aparência delicada. “O problema é que, em locais fechados, essas plantas podem liberar partículas e criar um ambiente menos saudável, especialmente para pessoas sensíveis”, explica a médica.
Primavera
Com a chegada da primavera, o alerta aumenta. O ar fica naturalmente mais carregado de pólen, o que tende a acentuar reações alérgicas — mesmo dentro de casa. “Monitorar as contagens de pólen, por meio de sites ou aplicativos, e evitar atividades ao ar livre em dias de alta polinização são medidas simples, mas eficazes”, recomenda a especialista.
Outra dica é manter janelas abertas em horários específicos, garantir boa ventilação e evitar o acúmulo de vasos em locais úmidos, como banheiros e cozinhas.
As amigas do ar puro
Nem tudo é vilão. Algumas plantas, como o Aloe vera, a Palmeira de Areca e a Espada-de-São-Jorge, ajudam a purificar o ar e são consideradas opções seguras. “Essas espécies contribuem para a umidificação natural do ambiente sem liberar substâncias irritantes”, destaca a Dra. Cristiane. “O importante é buscar equilíbrio: dá para ter uma casa verde e, ao mesmo tempo, cuidar da saúde.”
E as artificiais?
Mesmo as plantas artificiais pedem atenção. “Elas não produzem pólen, mas acumulam poeira. É fundamental limpá-las com pano úmido e evitar produtos perfumados, que também podem causar irritação”, explica a médica.
Sempre observe
Para quem sofre de rinite, sinusite ou asma, é essencial observar os sinais do próprio corpo. “Se os sintomas aparecem em determinados cômodos ou perto de certas plantas, vale investigar. Às vezes, o que parece um simples espirro é o corpo avisando que o ambiente precisa de ajustes”, conclui a otorrinolaringologista.
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