A urina é um fluido produzido pelos rins composto principalmente de água, sais minerais e substâncias que precisam ser eliminadas do corpo. “Sua coloração é um fator importante, já que por ela é possível ter informações sobre as condições de saúde do organismo”, explica Alexandre Magno Borges Tanck, Farmacêutico Bioquímico.
 

Conforme Tanck, poucas pessoas dão atenção ou desconhecem o significado das diferentes cores da urina. O especialista contou o que pode ser percebido só ao observar esse fator, e esclareceu algumas dúvidas sobre o tema.

  • Amarelo-clara: essa coloração é considerada normal e indica estabilidade e, em grande parte das vezes, um organismo funcional saudável. Porém, é preciso ter atenção quanto a dores durante a micção (ato de urinar), que pode ser indicativo importante de infecções.
  • Transparente: a hidratação é um fator importante a ser levado em consideração quando a cor da urina é analisada. Quanto mais água, mais claro será o tom do líquido, mas alguns fatores devem ser considerados. A hidratação diária é importante para um ótimo funcionamento dos rins, bem como pessoas que tiveram ou têm situações de cálculos renais. Alexandre alerta ainda que a urina muito clara, em grandes volumes, também pode indicar um tipo raro de diabetes. “Podemos pensar em Diabetes Insipidus, porém não é uma doença muito comum. A pessoa urina em excesso, o que resulta em uma urina não concentrada, podendo variar entre 3 a 10 litros de urina por dia.” explica.
  • Amarela-escura: nesse caso, a urina com a tonalidade mais escura apresenta, geralmente, uma concentração elevada, baixa hidratação, possíveis valores elevados de alguns elementos como ureia (composto formado no fígado), e pode estar associada com falta de ingestão de água. Esta coloração pode também indicar o início de alguma infecção. Tons mais escuros de amarelo precisam ser vistos com atenção e, se persistirem, um médico deve ser consultado, pois podemos estar diante de uma disfunção do fígado.
  • Laranja avermelhado: tons escuros estão relacionados a diversos fatores. “Pode ser por conta do uso de medicações, alimentos (como beterraba) e problemas de saúde. Em casos de hepatite A, que é uma doença comum, o fígado é prejudicado e o paciente começa a produzir, de forma elevada, um composto chamado bilirrubina, que está diretamente ligado a coloração do fluido. Quanto mais produzida, mais escuro o tom da urina será.

“Esse tom avermelhado também pode ocorrer em casos graves de infecção e tumores. Além disso, pode indicar hematúria, presença de sangue na urina, que deixa o tom avermelhado”, diz Alexandre.

Exames

Em casos de análises do fluido, Tanck revela algumas curiosidades sobre os diferentes processos usados para avaliação e diagnóstico. Tudo dependerá dos exames solicitados e o que está em investigação, por isso, explica ele, tipos variados de urina serão entregues ao laboratório. “Se o paciente tem diabetes, o médico indicará qual a urina precisa ser avaliada. Por exemplo, o paciente pode colher a amostra da primeira urina da manhã, que está mais concentrada e é a mais comum, ou durante um ciclo de 24 horas, que despreza a primeira urina do dia e segue coletando as demais, realizadas ao longo do período”, afirma.

Nos casos em que serão feitos o parcial (exame que ajuda a avaliar a função renal e possibilita a identificar infecções) ou uma cultura de urina, que identifica bactérias, apenas o primeiro jato é desprezado. “Nessas situações, a urina não é colhida por inteira. O paciente precisa ir ao banheiro, urinar um pouco, segurar o jato e direcionar para o frasco onde o material será coletado. Depois de chegar até cerca de uns 60 ml, pode voltar a urinar normalmente”, explica o especialista.

E como é feita a análise do fluido? No caso de coleta parcial de urina, ele ressalta que algumas substâncias serão pesquisadas como Glicose, proteínas, urobilinogênio, hemoglobina, nitrito e o sedimento encontrado na urina é que passarão pelo exame microscópico para visualização, por exemplo, de células (epiteliais, hemácias e leucócitos), cilindros e cristais. “A amostra do líquido é inserida em um tubo e centrifugada dentro de um equipamento. Por causa da gravidade, cristais, sedimentos e outras substâncias vão para baixo do tubo. Com isso, é possível coletar e fazer uma análise microscópica do material, no caso o sedimento”, finaliza

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