Aleshia Rogers tinha acabado de dar à luz quando sua vida virou um pesadelo. Em poucos dias, um medicamento comum usado para aliviar dores pós-parto quase lhe tirou a vida. Tudo começou de forma aparentemente inofensiva: febre leve, cansaço e sintomas parecidos com uma gripe. Mas rapidamente seu corpo entrou em colapso.
Sem saber, Aleshia estava diante de uma condição raríssima e extremamente grave: uma reação adversa à substância ativa do ibuprofeno, um anti-inflamatório amplamente utilizado. Seu organismo desenvolveu a forma mais severa da Síndrome de Stevens-Johnson, evoluindo para necrólise epidérmica tóxica — um distúrbio que causa o descolamento da pele e pode levar à morte em poucos dias.
Em questão de horas, surgiram bolhas dolorosas, os olhos ficaram inchados e a pele começou a se desprender. A primeira suspeita foi de conjuntivite. Depois, febre escarlate. Somente após passar por três hospitais, os médicos conseguiram identificar corretamente o quadro. O diagnóstico veio acompanhado de um choque: 95% da pele de Aleshia havia sido comprometida, e sua chance de sobreviver era de apenas 3%.
Ela foi transferida de avião para um hospital especializado em queimados, onde ficou em coma induzido por três semanas. Nesse período, passou por cirurgias para remoção total da pele morta, enxertos e até um transplante de membrana amniótica nos olhos. Alimentada por sonda e respirando com ajuda de aparelhos, enfrentava não só uma batalha pela vida, mas também o medo de não voltar a ver o filho recém-nascido.
Hoje, Aleshia fala abertamente sobre sua história, na esperança de alertar outras pessoas. Mesmo anos após o episódio, ela convive com sequelas severas: problemas digestivos, cardíacos, neurológicos e uma rotina médica intensa. “Meu corpo ainda está tentando se recuperar. Mas estou viva, e isso é um milagre”, diz.
Embora extremamente rara, a síndrome de Stevens-Johnson é uma reação alérgica grave a medicamentos. Ela costuma surgir entre 1 e 3 dias após o uso do fármaco, e entre os principais sintomas estão febre alta, dor de garganta, inflamações nos olhos, lesões na mucosa e manchas na pele que evoluem para bolhas e necrose. Medicamentos comuns como o ibuprofeno, apesar de parecerem inofensivos, estão entre os possíveis gatilhos da condição.
O tratamento exige interrupção imediata do medicamento, suporte intensivo e, na maioria dos casos graves, cuidados semelhantes aos de vítimas de queimaduras. A rapidez no atendimento é determinante para a sobrevivência.
A história de Aleshia expõe um alerta que muita gente ignora: até mesmo os remédios mais comuns podem desencadear reações graves, especialmente na primeira vez que são utilizados. Por isso, qualquer sinal incomum após o uso de medicamentos deve ser levado a sério.
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