A dor nos dentes influencia a qualidade de vida das pessoas. Uma das inflamações que causa este incômodo é a pulpite. O presidente da Câmara Técnica de Endodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Miguel Haddad, explica que a pulpite é a inflamação da polpa dental (o nervo) que preenche o canal, constituído de arteríolas, veias, fibras nervosas, colágeno e outras células. A inflamação na fase inicial é possível ser regredida sem a necessidade de tratamento endodôntico.  

Na fase inicial, os sintomas que aparecem são de leve sensibilidade a substâncias geladas, quentes e adocicadas. Quando a pulpite está em uma fase mais evoluída da doença, há dores intensas e contínuas, sem eficácia medicamentosa, afirma o especialista. 

Tipos de pulpite  

Existem dois tipos de pulpite: a pulpite reversível e a irreversível. A pulpite reversível tem indicação de tratamento conservador, remoção do agente agressor (normalmente a cárie e a restauração), sem necessidade de tratamento de canal. Já na pulpite irreversível assintomática, se sugere a necessidade de tratamento endodôntico. Na pulpite irreversível sintomática também se faz necessário um tratamento endodôntico, considerado de urgência, justificado pelo alto grau de sintomas dolorosos.

Causas e sintomas 

“A principal causa é a cárie, mas também pode ser em decorrência de trauma, ausência de proteção do complexo dentino pulpar, alterações degenerativas, doença periodontal combinada, entre outros”, afirma o Dr. Miguel Haddad. O profissional ainda enfatiza que a busca por um especialista deve ser requisitada logo que surgirem os primeiros sintomas da inflamação da fase inicial, visto que pode ocorrer o tratamento sem necessidade de fazer o canal.  

As visitas periódicas ao cirurgião-dentista também auxiliam na prevenção de potenciais riscos e interrompem inflamações. 

Diagnóstico, prevenção e tratamento  

“O diagnóstico se dá através da anamnese, ou seja, questionário que coletará informações importantes mais o exame físico como inspeção, palpação e percussão, além do teste de sensibilidade com agentes refrigerantes. Esses testes provocam uma resposta pulpar que permite identificar se está inflamada e o grau dessa inflamação ou ainda necrosada. E a partir daí o exame de imagem. A coleta de todas essas informações permite estabelecer o diagnóstico e o melhor tratamento para cada caso”, explica o presidente da Câmara Técnica de Endodontia do CROSP. 

Para se prevenir da pulpite, é recomendado ter uma higienização bucal adequada e realizar visitas periódicas ao cirurgião-dentista. 

O tratamento da pulpite irreversível ocorre por meio da remoção do tecido pulpar. Caso não tratada de imediato, causará grandes dores ao indivíduo, podendo evoluir a uma necrose, tipo de infecção acompanhada de perda gradual de tecido ósseo, além de maiores comprometimentos à saúde do indivíduo. 

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