Escolhido como um momento de atenção especial à saúde da mulher, o mês de março marca a conscientização sobre a prevenção do câncer do colo uterino, o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina brasileira, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). 

Existem possíveis agravantes para o risco de desenvolver a doença, sendo alguns: tabagismo, início precoce da atividade sexual, relações sexuais desprotegidas, múltiplos parceiros, entre outros. 

Etiene Galvão, médica ginecologista, obstetra e professora do curso de Medicina, traz mais detalhes sobre o diagnóstico. 

O que é o câncer do colo uterino e quais são as suas principais causas? 

De acordo com a docente, esse tipo de câncer se desenvolve a partir do crescimento anormal das células do colo uterino, que tem a anatomia presente no canal vaginal. Com o crescimento lento, pode levar até 10 anos da fase inicial até a invasão. 

Etiene informa que se trata do 5º lugar em mortalidade feminina por câncer no Brasil. O pico de incidência do carcinoma invasor geralmente se dá entre os 48 e 55 anos. Além das já citadas, entre as principais causas estão: 

  • Infecção por HPV (16, 18, 31, 33 e 35); 
  • Multiplicidade de parceiros, que aumenta probabilidade de exposição a um agente transmitido sexualmente; 
  • Multiparidade; 
  • Componente genético; 
  • Baixa ingestão de vitaminas A e C; 
  • Deficiência imunitária/HIV. 

Quais os principais sintomas da doença? 

Podem ser assintomáticos ou evidenciados no exame ginecológico, sendo separados em duas categorias: 

  • Iniciais: Hemorragia anormal, podendo ser espontânea ou pós-coito (sinusiorragia), corrimento sanioso (corrimento vaginal persistente, sendo aquoso, de cor rósea), com odor fétido ou purulento (necrose e/ou infecção); 
  • Tardios: Dor pélvica, anorexia e perda de peso, enterorragia, tenesmo (sensação de necessidade de defecar, acompanhada de dor – disquesia –, cólicas aos esforços), dores lombares, edema dos membros inferiores, sangramento espontâneo, disúria (ardência para urinar) e polaciúria (vontade de urinar com muita frequência, em pequenas quantidades). 

O câncer do colo tem cura? Como acontece o tratamento? 

Sim, o câncer do colo do útero tem cura. O diagnóstico precoce da doença é ideal para o tratamento, que acontece a depender do estadiamento da doença. 

“O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia alvo. Além disso, a vacina contra o HPV é uma forma eficaz de prevenir o desenvolvimento da doença”, acrescenta Etiene Galvão. 

O que se podem fazer para descobrir a doença ainda em estágio inicial? 

Segundo a ginecologista, a detecção precoce pode ser feita através da colpocitologia (também conhecida como papanicolau, um teste realizado para detectar alterações nas células do colo do útero), colposcopia e biópsia com anatomopatológico. 

Uma mulher que já foi diagnosticada, controlou a doença e engravidou pode estar em risco? 

A possibilidade de complicações na gravidez depende do estádio da doença e do tratamento que a paciente recebeu. O acompanhamento deve ser minucioso, pois o principal cuidado que se deve tomar após o tratamento do câncer de colo uterino é aguardar entre seis e 12 meses para garantir a cicatrização completa do tecido. 

A ginecologista ainda reforça que a melhor forma de controlar a doença e preveni-la é realizando exames periódicos. O diagnóstico precoce possibilita manter o câncer sob controle, contribuindo para a cura da paciente. Em caso algum sintoma, buscar assistência médica é indispensável. 

“Vamos cuidar das nossas mulheres como um todo: a sua saúde mental, física, comportamental e espiritual, observando e tratando de todas as nuances necessárias sempre”, conclui. 

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