A sensação provocada pela dor é complexa e pode ter diferentes classificações, dependendo da origem, localização ou intensidade. Fisiologicamente, ela percorre um caminho preciso em nosso corpo. A primeira percepção é pelas células receptoras na pele e nos órgãos internos. Em seguida, os nervos transmitem a sensação até a medula espinhal e, por fim, é interpretada como dor pelo tálamo, no cérebro.

Como você pode ver, as dores percorrem um caminho complexo que gera muito desconforto. Mas de acordo com o professor de Yoga  Francisco Kaiut, elas têm um papel importante no nosso corpo, o de sinalizar quando há algo errado e precisa de atenção, “Isso torna a dor uma mensagem importante para o cérebro e, sem ela, não teríamos nossos sinais de alerta de lesões ou doenças”, explica o especialista.

Percepção de dor

Segundo Francisco, durante muito tempo, a ciência considerou apenas os aspectos fisiológicos da dor, mas hoje, sabe- se que essa sensação varia de acordo com fatores culturais, emocionais, idade e até gênero, “É difícil determinar qual dor é mais intensa, pois varia de indivíduo para indivíduo. Alguns tipos em linhas gerais são descritos como os mais desagradáveis, como as dores nas vísceras, cálculos renais, fraturas expostas, meningite e aneurismas”, acrescenta.

Kaiut destaca que entender a natureza da dor é fundamental para tratá-la, então, conheça a seguir alguns tipos de dor:

Dor aguda: é súbita e intensa e dura por um período limitado. Pode estar relacionada a danos nos tecidos, lesões traumáticas ou infecções.

Dor crônica: é persistente e dura por mais de três meses. Pode ser causada por uma variedade de condições, incluindo artrite, fibromialgia e outras doenças crônicas. Pode ter se iniciado como aguda.

Dor neuropática: normalmente a causa são danos nos nervos ou sistema nervoso central. Pode ser uma dor aguda ou crônica.

Dor referida: é sentida em uma parte do corpo que não é a origem ou causa da dor. Por exemplo: a dor que podemos sentir no braço esquerdo durante um infarte do miocárdio. Isso se deve ao fato de as informações sensoriais do coração e do braço convergirem nas mesmas células nervosas da medula espinhal.

Dor inflamatória:
 é causada por um processo inflamatório no corpo, como artrite, lúpus ou doença inflamatória do intestino.

Dor nociceptiva: costuma ter como causa uma lesão nos tecidos do corpo como cortes, fraturas, entre outros. A maioria das dores, sobretudo as agudas, podem ser nociceptivas.

Dor neuropática: a sensação provocada por queimaduras, choque elétrico ou formigamento.


Dor psicogênica: tem diagnóstico difícil porque não é provocada por lesões ou causas visíveis. Normalmente está relacionada a questões emocionais e, normalmente, o paciente não consegue descrever corretamente. Pode gerar enxaqueca, dores no estômago ou contrações.

Dor pós-traumática: pode ter origem após um acidente de carro, lesão esportiva ou evento traumático.

Dor emocional:
 causa uma sensação tão intensa e debilitante quanto a dor física. Pode se originar de desequilíbrios psicológicos que geram tristeza, depressão e outros sintomas.

Ignorar a dor pode resultar em problemas de saúde mais graves, além de causar angústia emocional e prejudicar nossas atividades diárias. Por isso, Francisco Kaiut destaca algumas técnicas que podem ser eficientes para aliviar a sensação. Conheça a seguir 6 recursos que podem ajudar a reduzir a dor:
 
Terapia frio e calor:

Usar compressas quentes ou frias ajudam aliviar a dor em certos tipos de lesões. As quentes suavizam a dor em músculos tensos ou doloridos, aumentando o fluxo sanguíneo e relaxando os tecidos. Elas podem ser úteis para aliviar cólicas menstruais ou artrite. Enquanto as frias, destinam-se a lesões agudas, como entorses, contusões ou inchaço.

Atividade física:

Exercícios de fortalecimento e alongamento podem ajudar a melhorar a flexibilidade e a mobilidade, reduzindo a dor e a rigidez. Procure fazer atividades aeróbicas suaves como caminhar, nadar ou andar de bicicleta.

Meditação guiada

Respire profundamente prestando atenção a cada respiração. Enquanto inspira e expira, imagine-se em um ambiente tranquilo ou ouça uma música suave, “Caso a sua mente comece a divagar – não se preocupe! Apenas procure retornar ao foco e para o local de tranquilidade e paz. Aproveite este momento para se desligar do mundo e se conectar consigo mesmo”, acrescenta Kaiut.

Atenção plena


Encontre uma atividade que lhe traga alegria, como ler, caminhar na natureza, cuidar do jardim ou cozinhar – e mergulhe profundamente nela. “Permita-se experimentar cada detalhe, cada aroma e sabor com uma consciência total. Procure praticar a atenção plena em todos os aspectos da sua vida, não apenas em momentos isolados. Seja ao interagir com amigos e familiares, ao trabalhar em um projeto importante ou simplesmente durante tarefas cotidianas, encontre a alegria e a gratidão em cada momento”, afirma o especialista.

Yoga e Tai chi

O profissional destaca que tanto a yoga quanto o tai chi são alternativas poderosas para cuidar da sua saúde física e mental. As duas envolvem controle da respiração, meditação e movimentos para alongar e fortalecer as articulações. Quando realizados regularmente, contribuem para reduzir o estresse, melhorar a flexibilidade e aumentar a força e resistência física.

Se as dores permanecerem por semanas, procure um médico.

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