Tomar suplemento de ômega-3 pelos benefícios que ele promove ao coração, pode não estar ajudando como se pensa. Já que uma pesquisa realizada pelo Intermountain Healthcare Heart Institute em Salt Lake City, nos Estados Unidos, divulgado pelo site Sci Tech Daily, revelou que alguns tipos de ômega-3 podem ter efeito contrário ao que se espera.
Os médicos geralmente recomendam o ômega-3 para ajudar pacientes a reduzirem o colesterol e melhorar a saúde do coração. É uma gordura boa que pode ser extraída a partir de peixes como o salmão, atum, sardinha, ou pode ser encontrada em suplementos populares na forma de cápsulas. O ômega-3 recebe este sufixo por ser formado por três ácidos graxos: eicosapentaenoico (EPA), docosahexaenoico (DHA), alfa-linolênico (ALA)
De acordo com o estudo feito, os ácidos eicosapentaenóicos (EPA) presentes em alguns suplementos de ômega-3, realmente reduzem o risco de ataques cardíacos graves ou de morte. Contudo, a substância também é composta pelo ácido docosa-hexaenoico (DHA), que diminui os efeitos benéficos do EPA. Se os níveis de DHA forem mais altos do que os de EPA, o suplemento ainda faz mal à saúde.
Durante o estudo, cientistas identificaram 987 pacientes que realizaram seu primeiro estudo angiográfico documentado na Intermountain Healthcare entre 1994 e 2012. A partir das amostras de sangue, foram medidos os níveis circulantes de EPA e DHA no sangue.
Eles descobriram que os pacientes com os níveis mais altos de EPA reduziram o risco de eventos cardíacos maiores. Eles também descobriram que os pacientes com níveis mais elevados de DHA do que EPA, tinham maior risco de problemas cardíacos.
Os pesquisadores acompanharam esses pacientes por 10 anos, em busca de eventos cardíacos adversos importantes, incluindo ataque cardíaco, derrame, insuficiência cardíaca exigindo hospitalização ou morte.
Os resultados do estudo foram apresentados virtualmente na sessão científica do American College of Cardiology de 2021 nesta segunda-feira, 17.
“Nossas descobertas mostram que nem todos os ômega-3 são iguais e que EPA e DHA combinados, como costumam estar em suplementos, podem anular os benefícios que os pacientes e seus médicos esperam alcançar”, disse disse Viet T. Le, pesquisador principal do estudo.
Os pesquisadores usaram o registro INSPIRE, um banco de dados da Intermountain Healthcare iniciado em 1993 que tem mais de 35 mil amostras de sangue de quase 25 mil pacientes.
Viet T. Le explica que esses resultados levantam mais preocupações em relação aos suplementos do que aos alimentos. “Com base nessas e em outras descobertas, ainda podemos dizer aos nossos pacientes para comer alimentos ricos em ômega-3, mas não devemos recomendá-los em forma de pílulas como suplementos ou mesmo como produtos de prescrição combinados (EPA + DHA)”, disse.
CONTINUE LENDO →