Algumas queixas em relação ao nosso corpo vão se tornando cada vez mais frequentes com o passar dos anos. São dores, incômodos, dificuldades de locomoção, praticar atividades físicas, ou até mesmo, o aparecimento de condições crônicas.
Entre os males que se tornam comuns depois de uma certa idade, artrite, artrose e osteoporose acabam estando entre as mais frequentes. E, muitas vezes, são inclusive confundidas. Você sabe quais são as diferenças entre eles?
De acordo com os ortopedistas Dr. Pedro Baches Jorge e Dr. Bruno Lee, “artrose é o desgaste de alguma articulação. Então, uma pessoa não possui artrose, simplesmente. Ela tem artrose de, por exemplo, joelho, do ombro, do quadril (ou de várias articulações)”, afirma Dr Lee.
Já a artrite é uma das causas da artrose. “Geralmente trata-se de doenças reumatológicas ou autoimunes, nas quais existe um desbalanço dos sistemas de defesa do organismo, havendo um ” auto – ataque”. Ou seja, há uma destruição dos elementos das articulações (sinóvias, principalmente), causando um estrago na própria articulação e, posteriormente o desgaste, ou seja, a artrose”, complementa.
“Ou, ainda, a grosso modo, pode-se dizer que a artrite é a inflamação de uma articulação, podendo ter diversas causas, como reumatismo ou infecção; enquanto a artrose é o desgaste da articulação, iniciada com o desgaste e perda de cartilagem, passando a comprometer todos os tecidos presentes na articulação, como meniscos, ligamentos e cápsula sinovial”, complementa Dr. Pedro.
Já Dr Pedro explica que a osteoporose é mais distinta entre elas, uma vez que não é uma condição da articulação, mas dos ossos. “É a perda excessiva de massa óssea. Após atingirmos a idade adulta, é iniciado um processo natural de enfraquecimento ósseo. Quando ocorre de forma mais intensa, chamamos de osteoporose, doença na qual os ossos se encontram mais enfraquecidos e, portanto, fraturas são mais comuns. Trata-se de uma doença silenciosa, que não tem sintoma nenhum, portanto exames de rotina são importantes para detecção e tratamento antes que ocorra uma fratura”, cita.
Como é possível identificar cada uma?
A osteoporose não tem sintomas, e, normalmente, só é detectada após uma fratura. Dr Lee explica que para evitar que isso ocorra, é necessário acompanhamento médico constante e exames de densitometria óssea. As outras duas, por sua vez, são mais perceptíveis.
“O primeiro sintoma da artrose é a dor localizada na articulação em questão. Geralmente a evolução é ao longo de anos, com períodos de relativa redução da dor intercalados a semanas ou meses de crises dolorosas graves. Geralmente as alterações são detectadas em exames de imagem. As artrites costumam ocorrer também em crises, porém com uma exuberância maior, havendo intenso flogisto (vermelhidão, edema e dor). Seu diagnóstico é realizado através de questionários específicos e testes laboratoriais”, conta.
Como doenças das articulações, a artrite e a artrose, podem aparecer em qualquer uma dessas estruturas do corpo humano, ou seja, em qualquer região na qual exista a conexão de dois ou mais ossos, como joelhos, punhos, tornozelos e ombros. E, por ser um mal dos ossos, a osteoporose passa pelo corpo todo, podendo ser mais frequente na coluna e quadril.
Contudo, é possível observar uma semelhança entre elas: são doenças degenerativas e, por isso, mais relacionadas ao envelhecimento. Ainda que, em casos raros, também podem acometer pessoas mais jovens. “Portanto, é importante envelhecer com saúde, fazendo atividade física, mantendo o peso e se alimentando bem. Assim, as articulações e ossos estarão protegidos”, diz Dr. Pedro.
Além desses, os médicos ainda citam outras formas de prevenção. “A saúde articular sempre se beneficia de atividades físicas de impacto adequado para cada indivíduo, com trabalho cardiovascular. Além de fortalecimento muscular ao redor da articulação. Atualmente também existem tratamentos medicamentosos que auxiliam no controle e prevenção”, conta Dr. Pedro.
“Para artroses idiopáticas (sem sintomas) e osteoporose, a atividade física contra resistida (musculação, por exemplo) associada a alongamentos geram maior estabilização das articulações, reduzindo a sobrecarga. Enquanto que, na osteoporose, geram um aumento do efeito piezoelétrico, que aumenta a mineralização óssea. Em doenças autoimunes (artrites), o controle da evolução da doença é através de tratamento contínuo com reumatologista, através de medicações imunomoduladoras, principalmente”, finaliza Dr. Lee.
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