Médico esclarece que não há relação entre uso de bombinha para asma e problemas cardíacos

O doutor Rafael Stelmach, tem recebido muitas dúvidas com relação ao uso de bombinha para asma e problemas cardíacos, após o triste falecimento da escritora, roteirista, apresentadora e atriz Fernanda Young. Ele esclarece que, ao contrário do que está sendo noticiado em diversos veículos de mídia, não há qualquer relação nesse sentido e a dúvida pode gerar medo na população que precisa ser medicada.

“Esse triste falecimento não ocorreu por conta do uso da bombinha, mas em razão da asma em si, e é importante explicar as razões para as pessoas leigas antes de gerar medo no uso do remédio. O uso da bombinha não afeta o coração e não provoca paradas cardíacas, como está sendo noticiado. O que pode matar é a asma, que é uma doença respiratória grave e precisa ser tratada. Por isso, existem diversos tipos de bombinha, que ajudam no tratamento, e devem ser recomendadas pelo médico especialista”, pondera.

Doutor Stelmach pontua que a asma fecha o pulmão, o que impede a circulação do oxigênio, provocando uma insuficiência respiratória. O que acontece, muitas vezes, é que a bombinha não é suficiente para conter a crise de asma e isso pode ocasionar a morte. “A vida depende de sangue e oxigênio. O coração bombeia o sangue com o oxigênio que vem do pulmão. Quando ocorre uma crise de asma, o pulmão se fecha e o sangue começa a circular sem oxigênio, o que pode provocar a morte”, elucida. “Para se ter uma ideia, morrem de três a seis pessoas com crises de asma no Brasil diariamente, sem qualquer tipo de relação com problemas cardíacos”, completa.


Rafael Stelmach, médico assistente na Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do HC-FMUSP e embaixador e coordenador da Iniciativa Global para Asma (GINA) no Brasil

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