No dia 4, se celebra o Dia Mundial do Câncer, que busca mobilizar a população e organizações mundiais sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença.

A data criada pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) procura ainda alertar sobre a relevância da adoção de hábitos saudáveis para se precaver e curar tumores cancerígenos, que atualmente apresentam 600 mil novos casos por ano no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer – José Alencar Gomes da Silva (INCA).

Outro dado bastante revelador é o de que a alimentação e a nutrição impróprias são classificadas como o segundo fator que influi no surgimento do câncer, mas que pode ser prevenido. As negligências alimentares são responsáveis por 20% dos casos de câncer nos países em desenvolvimento e de cerca de 35% das mortes pela doença.

Com tudo isso, o médico generalista Dr. Lucas Penchel, aponta que apesar do câncer, na maioria das vezes, estar relacionado a fatores como a genética, maus hábitos de vida e condições externas – como a exposição constante à radiação solar e produtos químicos; alcoolismo; tabagismo e sedentarismo –, a alimentação ainda possui um papel de grande peso tanto na proteção quanto na origem do tumor maligno.

Uma prova clara da relação entre a alimentação e o câncer é uma ação recente do governo brasileiro, que assinou um acordo com a indústria alimentícia para eliminar até o ano de 2022, a quantidade de 144 mil toneladas de açúcar presentes em 23 categorias de produtos como as bebidas adoçadas, bolos, biscoitos, produtos lácteos e achocolatados em pó.

É preciso deixar claro, que o açúcar por si só não provoca o aparecimento de tumores malignos, mas o excesso de sua ingestão pode colaborar para a eclosão de quadros de obesidade, que é uma das principais causas de 13 tipos de cânceres. “Sendo assim, não é aconselhável suspender por completo o consumo do açúcar para impedir a origem ou a manifestação de um câncer, mas sim adotar bons costumes alimentares”.

Assim como o açúcar, outros alimentos também aumentam o risco de se ter câncer, como são os casos das comidas ultraprocessadas e com altos níveis de conservantes artificiais ou prazo de validade extenso, como os produtos vendidos em caixinha ou saquinho. “Enquanto alguns alimentos podem aumentar as probabilidades de incidência do câncer, outros podem ajudar na proteção do corpo contra a doença. O ideal é que as pessoas adotem uma dieta rica em alimentos in natura ou minimamente processados, frutas, legumes, verduras e cereais integrais. Esse tipo de atitude pode prevenir de 3 a 4 milhões de novos casos de câncer a cada ano no mundo, segundo o Inca”.

É importante dar preferência para os alimentos que venham da terra, pois, aquilo que é plantado e colhido é sempre a melhor alternativa para uma boa nutrição. “No entanto, é indispensável lembrar, que nenhum alimento é milagroso, sendo assim, para se prevenir ou tratar a doença, também é essencial procurar pelo acompanhamento profissional e aderir a uma rotina de hábitos saudáveis”.

Por fim, o excesso de gordura corporal, principalmente na região abdominal, também é um fator que merece grande atenção. “Geralmente, as pessoas nessa condição têm seus níveis hormonais alterados e isso provoca um estado inflamatório, que pode estimular a propagação celular e inibir a morte programada das células. Com este contexto, o risco de desenvolvimento do câncer se torna acentuado. Entretanto, para afastar este fator complicador, é preciso aliar alimentação saudável e a prática de exercícios físicos regulares”.


Dr. Lucas Penchel é médico generalista, graduado em medicina pela UNIFENAS – BH, diretor técnico da Clínica Penchel, nutrição na Faculdade Universo, mestrando em Biotecnologia da Saúde.

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