Consultas com o geriatra desde a maturidade podem reduzir os gastos com a saúde. Uma pesquisa apontou estes gastos comprometem mais de 50% do orçamento na terceira idade.

Segundo a pesquisa Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2017 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030, o Brasil terá mais idosos do que crianças. Com esse crescimento, aumentam também os gastos com a saúde. De acordo com a Agência Nacional de Saúde (ANS), a frequência de terapias e procedimentos de saúde na terceira idade aumentou em 40%. Já as os custos de saúde comprometem cerca de 57% do orçamento do idoso.

Para a geriatra Sandra Garaude, as consultas preventivas com um geriatra desde cedo, bem como a prevenção de doenças crônicas e o check-up anual podem contribuir para a diminuição desses números. “Apesar de a geriatria ser uma especialidade médica para idosos, ela abrange a maturidade, portanto o ideal é começar a frequentar esse especialista perto dos 40 anos, pois muitas doenças podem ser evitadas e prevenidas precocemente”.

O cuidado com algumas doenças e a diminuição de riscos para a saúde podem ser resumidos em três tipos de prevenção qualificadas pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia como prevenção primária, secundária e terciária e que, o acompanhamento geriátrico desde a maturidade pode ser importante já na prevenção primária. “Começar a frequentar esse especialista já na maturidade pode contribuir para a prevenção primária, que ajuda a evitar, postergar e ou diagnosticar precocemente doenças que não se consegue evitar, diminuindo os custos financeiros e humanos.”

Apesar de não ser o ideal, a maior parte dos pacientes procura um especialista apenas nas segunda e terceira fases. No primeiro exemplo, os problemas de saúde podem ser diagnosticados ainda em estágio inicial, possibilitando o tratamento para reduzir o risco de consequências graves. Já no terceiro momento, o foco é na redução de prejuízos funcionais causados por conta de uma doença aguda ou crônica já instalada.

Nesse caso, a importância de locais residenciais que trabalham ativamente com a prevenção de doenças e combate a solidão. “A ideia de que o idoso deve descansar é equivocada. A pessoa que envelhece deve continuar tendo desafios, fazendo ginástica e se relacionando em todos os níveis. É importante buscar uma casa que tenha atividades criadas para estimular a relação social, o debate e o aprendizado. E isto é fundamental para a manutenção da saúde física e mental”.


Sandra Garaude é geriatra do Solar Ville Garaude, hotel residência para a terceira idade.

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